247 -
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue líder absoluto nas intenções de
voto para o Planalto em 2018, apesar da caçada judicial de que tem sido
vítima.
A nova rodada da pesquisa CUT-Vox Populi, realizada entre os
dias 29 e 31 de julho, mostra que o ex-presidente Lula lidera as intenções de
voto para presidência da República no segundo turno nos quatro cenários
pesquisados: contra Jair Bolsonaro (PEN-RJ) ou João Doria (PSDB-SP), Lula
alcança 53% das intenções de voto; se os candidatos forem Geraldo Alckmin
(PSDB-SP) ou Marina Silva (Rede-AC), Lula bate ambos com 52% dos votos.
Nesses cenários imaginados pela pesquisa, Bolsonaro teria 17%
dos votos. Já Alckmin, Doria e Marina alcançariam, no máximo, 15% do total de
votos, cada um.
A intenção de voto espontânea em Lula também aumentou depois que
o juiz Sérgio Moro condenou o ex-presidente, sem nenhuma prova, por crime de
corrupção passiva no caso do tríplex do Guarujá. Em junho, antes da sentença,
40% dos entrevistados disseram que votariam no ex-presidente. No fim de julho,
o percentual aumentou para 42%.
Para Marcos Coimbra, diretor do Instituto Vox Populi, vários
dados pesquisa podem explicar porque Moro não acabou com as intenções de voto
positivas no ex-presidente.
“Um deles, muito importante, é que, para 42% dos
entrevistados, Moro não provou a culpa de Lula no caso do tríplex do Guarujá.
Para 32%, Moro provou e, outros, 27% não souberam ou não quiseram responder”.
Outros candidatos
No cenário em que os entrevistados não recebem cartela com nomes
e citam espontaneamente em quem pretendem votar para presidente da República em
2018, o segundo colocado é Bolsonaro, com 8% das intenções de voto.
Marina vem em terceiro, com 2%; e, embolados com apenas 1% dos
votos aparecem Moro (sem partido), Ciro Gomes (PDT-CE), Joaquim Barbosa (sem
partido), Doria, Fernando Henrique e Alckmin.
Aécio Neves (PSDB-MG) zerou novamente, como havia zerado em
junho, após as denúncias de corrupção feitas pela PGR – Procuradoria Geral da
República.
Intenção de voto estimulada
No cenário em que a intenção de voto foi estimulada com Alckmin,
o tucano atinge 6% das intenções de voto e Lula, 47%. Bolsonaro tem 13%,
Marina, 7%, e Ciro, 3%.
Na estimulada com Doria, Lula tem 48% das intenções de voto,
Bolsonaro manteve os 13%, Marina subiu para 8% e o prefeito de São Paulo
empatou com Ciro Gomes, com 4%.
O pessimismo dos brasileiros com o momento econômico e político
atual e o descrédito no governo Temer, aliados as lembranças de um passado
recente de que a vida era melhor nos governos do PT, ajudam a explicar porque
as intenções de voto no presidente Lula são as que mais crescem em todos os
cenários da pesquisa”, analisa Coimbra.
Segundo ele, outros dados da pesquisa CUT-Vox, ajudam a entender
essa tese. Um deles é o aumento de 49% para 55%, entre junho e julho
deste ano, do percentual de entrevistados que apontam Lula como o melhor
presidente que o Brasil já teve - o outro nome lembrado é o de Fernando
Henrique Cardoso (PSDB-SP), com 15%.
Além disso, 58% dos brasileiros consideram Lula um bom
administrador, 65% dizem que ele é trabalhador e 61% afirmam que a vida
melhorou nos 12 anos de governos do PT.
> Já o presidente da CUT, Vagner Freitas, ressalta que o
pessimismo dos brasileiros com o governo Temer vem aumentando rapidamente mês a
mês por causa do desemprego recorde – mais de 13,5 milhões de trabalhadores
estão desempregados – e das medidas de arrocho salarial, previdenciário e
social.
Para Vagner, isso explica dados da pesquisa como os de que, com
Temer, a vida piorou para 61% dos entrevistados – em junho o percentual era de
52%.
Aumentou também o pessimismo e a descrença quanto a capacidade
de Temer de controlar a inflação – em junho, 62% achavam que a inflação ia
aumentar. Em julho, esse percentual pulou para 75%. Cresceu também o percentual
dos que acham que vai aumentar o desemprego no Brasil - de 68% em junho para
72% em julho.
“O povo quer votar em quem tem compromisso com a classe
trabalhadora tanto para voltar a ter uma vida melhor, quanto para reverter as
medidas que Temer tomou para acabar com a CLT e a aposentadoria, entre tantas
outras desgraças desta gestão golpista”, conclui Vagner.
A pesquisa UT/Vox Populi, realizada nos dias 29 e 31 de julho,
entrevistou 1999 pessoas com mais de 16 anos, em 118 municípios, em áreas
urbanas e rurais de todos os estados e do Distrito Federal, em capitais,
regiões metropolitanas e no interior.
A margem de erro é de 2,2 %, estimada em um intervalo de
confiança de 95%.