terça-feira, 24 de novembro de 2015

No Maranhão é tão perigoso ser jornalista quanto na Somália


Segundo dados do Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ), uma ONG internacional, a Somália – onde um ou mais jornalistas foram assassinados por ano na última década e o Governo se mostra incapaz para solucionar estes crimes – é o lugar mais perigoso do mundo para se exercer a profissão, incluindo blogueiros e colunistas.
Estes números foram apresentados no dia 2 deste mês em assembleia geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e a Síria não foi incluída porque está em guerra. Vendo estes números, é assustador pensar que nas duas últimas semanas dois blogueiros foram assinados no interior do Maranhão. O caso mais famoso no Estado é o do jornalista Décio Sá, morto em um bar, em 2012, na Avenida Litorânea.
Enquanto a Superintendência de Homicídios e Proteção a Pessoa (SHPP), órgão vinculado a Secretaria de Segurança Pública do Estado, investiga os crimes, jornalistas e blogueiros, principalmente os que escrevem sobre política, convivem com o medo e constantes ameaças. No último sábado (21), Orislandio Timóteo Araújo, o Roberto Lano, foi assassinado a tiros na cidade de Buriticupu (a 407 quilômetros de São Luís).
Blogueiros Ítalo Diniz e Roberto Lano

No dia 13 deste mês, Ítalo Eduardo Diniz Barros, foi morto com quatro tiros em Governador Nunes Freire ( a 181 quilômetros da capital). Ambos escreviam sobre política e foram ceifados de forma fria por homens em motocicletas.
O delegado titular da superintendência de homicídios, Leonardo Diniz, informou que equipes da SHPP se dirigiram para o interior no intuito de elucidar os casos. “Já estamos com equipe em campo e abrimos linhas de investigações sobre o caso de Buriticupu. Acredito que em pouco tempo vamos poder apresentar algo de concreto. Quanto ao crime de Nunes Freire, demos apoio à superintendência do interior e estamos acompanhando de perto”, explicou.
O delegado titular da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), Thiago Bardal, acredita que esses assassinatos estão diretamente ligados a crimes políticos. “Estes crimes são para intimidar, com certeza. Como a polícia não tem bola de cristal, nós iniciamos investigações após denúncias. E como a polícia do Maranhão vem cada vez mais fechando o cerco contra criminosos, principalmente nas cidades do interior, estes crimes começaram a aumentar”, disse.
Ameaças, medo e descaso
Não é preciso muito esforço para encontrar profissionais que convivem com o medo. Chefe de reportagem do jornal O Estado e blogueiro, o jornalista Daniel Matos afirma que as ameaças são constantes. “Recebo ameaças constantemente, principalmente em comentários no meu blog. Até ligações com esse teor eu recebi. Geralmente estas ameaças ficam apenas no campo da intimidação, mas convivemos com isso sim”, contou.
Editor de política de O Estado e também blogueiro, o jornalista Marco Aurélio D’Eça acredita que quem trabalha com blog acaba despertando ainda mais ódio, até de autoridades como a polícia e o poder judiciário. “Agente se sente ameaçado o tempo inteiro. Há insinuações e intimidações. O problema principal, ao meu ver, é que blogueiros são vistos com forte antipatia pelas autoridades. A polícia e o judiciário nos enxerga com raiva. Por isso, vemos certo descaso nas apurações destes crimes”, asseverou.
Jornalista Décio Sá
Caso Décio Sá
A observação do jornalista Marco D’Eça sobre o descaso na apuração destes crimes chama atenção para um dado apresentado pelo CPJ na ONU. O Brasil, com 11 casos de assassinatos de jornalistas não resolvidos desde 2008, quando começou esta contagem, ocupa o 11º lugar entre os países mais perigosos para estes profissionais. Segundo o levantamento, na maioria dos casos, a prestação de contas chegou apenas aos autores materiais, mas não até os autores intelectuais.
Em São Luís, o caso mais famoso é o do blogueiro Décio Sá, que foi assassinado no 23 de abril de 2012, na Avenida Litorânea, com vários tiros. Até hoje, apenas o assassino confesso, Jhonatan de Sousa Silva, e um comparsa foram julgados e condenados. Os suspeitos de serem os mandantes do crime seguem presos, mas ainda não foram condenados.
Dados da pesquisa do CPJ
– Aproximadamente 96 % das vítimas são jornalistas locais. A maioria informava sobre a política e a corrupção em seus países natais.
– As ameaças frequentemente antecedem os homicídios. Em ao menos quatro em cada 10 assassinatos de jornalistas, as vítimas haviam denunciado ameaças, que quase nunca são investigadas pelas autoridades.
– Grupos políticos, entre eles facções armadas, são suspeitos de cometer 46% dos casos de assassinato, um aumento de 6% em relação ao índice de 2014. Funcionários governamentais e militares são considerados os principais suspeitos em quase 25% dos casos.

– Em apenas 2% dos casos os autores intelectuais foram apresentados e processados.
Do blog do luis cardoso

Professor é preso acusado de abusar sexualmente de seus alunos


Um professor identificado como Edvan Castro Júnior foi preso na cidade de Carolina, Sul do Maranhão, acusado de estupro de vulnerável.
Uma equipe de investigação de Carolina, comandada pelo delegado Elmerich, deu cumprimento a mandado de prisão preventiva e busca e apreensão na residência do professor.
O suspeito já vinha sendo investigado há vários meses até que pudesse ser elucidada a ação criminosa do autor. Ele aproveitava da condição de professor para aliciar e abusar de garoto menores de idade.
Os policiais fizeram uma campana por várias horas até prender Edvan em sua residência. Na ocasião, foram apreendidos celulares e um notebook de sua propriedade.

O crime chocou a cidade e a sociedade clamava pela prisão do infrator.

PF prende em Caxias (MA) suspeitos por desviar R$ 11 milhões da Previdência


Equipes da delegacia da Polícia Federal (PF) de Caxias (a 360 quilômetros de São Luís), ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e Previdência Social (MPS) e Ministério Público Federal (MPF), além de órgãos que integram a Força-Tarefa Previdenciária, deflagraram, na manhã de hoje (24), a Operação Quilópode, de repressão a crimes previdenciários no Maranhão. Segundo a PF, o prejuízo inicial é de R$ 11 milhões. Os nomes dos suspeitos presos e conduzidos não foram divulgados pela PF.
Os policiais saíram às ruas para cumprir 10 mandados de prisão preventiva, 22 de busca e apreensão e 5 de condução coercitiva, além do sequestro e arresto de bens e valores, nas cidades de Caxias, Codó, Vargem Grande, Presidente Dutra, Barreirinhas, Paço do Lumiar e São Luís e Teresina (PI).
Entre os mandados judiciais, está o que determina que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) suspenda o pagamento de 288 benefícios assistenciais com graves indícios de fraude, submetendo-os a procedimento de auditoria.
A operação conta com a participação de 100 policiais federais e 5 servidores da Assessoria de Pesquisa Estratégica e de Gerenciamento de Riscos (APEGR), vinculada ao Ministério da Previdência Social.
Esquema
As investigações tiveram início em 2012, quando foi identificado o esquema criminoso em que são falsificados documentos públicos para fins de concessão de benefícios de amparo social ao idoso, cujos titulares eram pessoas fictícias criadas pela associação criminosa para possibilitar a fraude.
De acordo com a PF, a organização criminosa atuava desde 2010 e contava, ainda, com a participação de um servidor do INSS responsável pela concessão e atualização dos benefícios, além de funcionários do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Correios, que atuavam na abertura de contas correntes, na realização de prova de vida, na renovação de senhas bancárias e na efetivação de empréstimos consignados.

O nome da operação (Quilópode) faz referência a uma palavra de origem grega que significa “aquela que tem mil patas”, em alusão ao esquema criminoso que apresentou grande ramificação e envolvimento de órgãos públicos federais e instituições financeiras.

Homem é linchado após matar uma pessoa na Região Metropolitana de São Luís


Um duplo homicídio, sendo um por linchamento, foi registrado na região da Vila Luizão, Região Metropolitana de São Luís (MA), no início da manhã desta terça-feira (24). O caso aconteceu em uma área urbana de ocupação irregular, por volta das 6h45.
A primeira vítima foi identificada como Raimundo Nonato da Silva, de 30 anos. Ele saiu do barraco onde morava, atravessou a rua e de dentro do barraco à frente, três suspeitos – que, segundo a polícia, aguardavam sua saída – dispararam contra Raimundo da Silva, que morreu no local.
Os suspeitos fugiram pela lateral da Unidade de Educação Básica (UEB) de Ensino Fundamental Governador Leonel Brizola. Em perseguição, moradores da invasão conseguira capturar um dos suspeitos, identificado como Marcelo Lisboa Alves, de 21 anos. A tiros e pedradas, ele foi morto pelos populares. Marcelo teve o rosto esmagado pelas pedradas e a garganta cortada.
Segundo o capitão Moreira, da Unidade de Segurança Comunitária (USC) da Vila Luizão, uma equipe da Polícia Militar do Maranhão (PM-MA) havia passado 10 minutos antes pelo mesmo local dos homicídios, como parte de buscas em outra ocorrência.
“Diuturnamente, a gente faz rondas aqui. Aqui não é por falta de policiamento, não. Aqui é a população que não coopera. Não ajuda a gente”, disse o militar, em tom de desabafo.
De acordo com as primeiras informações colhidas pela PM-MA no local dos crimes, Raimundo da Silva e Marcelo Alves eram amigos, ao ponto de um frequentar a casa do outro.
“Segundo a própria mãe dele, viu que Marcelo atirou nele, ainda chegou a falar com ele”, conta o capitão Moreira.

A polícia ainda não identificou o suspeito que matou Raimundo da Silva e já iniciou as buscas pelos outros dois fugitivos.