O Índice de Preços ao
Consumidor – Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, ficou em 0,3% em
dezembro, o menor para o mês desde 2008, informou o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (11). Com isso, o indicador
fechou o ano de 2016 em 6,29%, a mais baixa desde 2013.
Pelo
sistema que vigora no Brasil, a meta central para 2016 era de 4,5%, mas, com o
intervalo de tolerância existente, o IPCA poderia oscilar entre 2,5% e 6,5%,
sem que a meta fosse formalmente descumprida. Em 2015, o índice havia avançado
10,67%.
A
estimativa mais recente dos economistas do mercado financeiro apontava que o
IPCA chegaria no final de 2016 a 6,35%, segundo o boletim Focus, do BC.
Alimentação
e saúde
Tanto
em dezembro quanto em 2016, foi a alta dos alimentos que impediu o IPCA de
registrar uma desaceleração ainda maior – grupo com o maior peso no cálculo do
índice. A alta de preços desse grupo de despesas acelerou a 8,62% no ano
passado, depois de avançar mais de 12% em 2015.
O IBGE
atribui essa alta dos alimentos à produção agrícola brasileira, que ficou 12%
abaixo da colhida em 2015. “O consumidor passou a pagar, em média, 8,62% mais
caro do que em 2015 para adquirir alimentos”, diz, em nota.
Entre
os alimentos, os maiores impactos partiram dos aumentos de feijão (56,56%),
farinha de mandioca (46,58%), leite em pó (26,13%) e arroz (16,16%). Em
compensação, caíram os custos de tomate (-27,82%), batata inglesa (-29%) e
cebola (-36,5%).
“A
mandioca pressionou muito no índice do ano. A mandioca encerrou o ano com
46,58% a mais em função de problemas na oferta da mandioca. Isso influencia
principalmente na alimentação no Nordeste”, explicou Eulina Nunes dos Santos,
coordenadora de índices de preços do IBGE.