Homens
armados invadiram e resgataram 22 presos da 8ª Delegacia Regional de Zé Doca
(MA), a 302 km de distância da capital maranhense, na noite desse sábado (14).
Por volta das 21h três suspeitos renderam o policial e o carcereiro – que é
funcionário da prefeitura da cidade – da unidade, quebraram os cadeados os
colocaram na cela, levaram armas – uma calibre .40 e armas de inquérito – e
outros objetos da delegacia e liberaram os detentos. Nenhum dos fugitivos foi
recapturado até a manhã deste domingo (15).
Os fugitivos foram identificados
como Ackila Rodrigo Silva Sousa, Adriano Fomnseca Costa, Antônio Evanilson
Pereira de Sousa, Antônio Renato da Silva, Carlos Magno Raposo, Deilson
Oliveira Carvalho, Elizeu Fernandes Almeida, Emanoel da Silva Pina, Fidel Moreira
de Araújo, Francisco Barbosa Nascimento, Gildenilson Pinheiro Corrêa, Huedson
Alves da Cruz, Jaciara Gatinho, Jamile Gabriela Baia da Cunha, João Pereira,
Marcos Jhones Alves de Lima, Maury Henrique Costa, Rogério Fernandes Lima,
Valdemir Aroucha Pinto, Wilson Sousa Dias e Wirlande Diniz Silva. A foto de
pelo menos 11 foi divulgada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública
(SSP-MA).
A lista foi encaminhada pelo
delegado-geral de Polícia Civil do Maranhão, Augusto Barros, ao G1, e os nomes
confirmados pelo superintendente de Polícia Civil do Interior, Dircival
Gonçalves da Silva. “É muita ousadia desse grupo tentar tomar de assalto uma
delegacia para resgatar presos”, disse o superintendente.
Na unidade, segundo a SSP-MA,
estavam 70 presos. Os quase 50 presos que permaneceram na unidade devem ser
transferidos nas próximas horas para unidades na capital maranhense.
Buscas aos foragidos
Com a fuga, uma equipe da Polícia Civil de Governador Newton Bello (MA),
município localizado a quase 40 km de Zé Doca, foi acionada para reforçar o
trabalho de recaptura dos fugitivos, mas o carro da equipe ficou atolado e
retirado por uma ambulância.
Segundo a 12ª Companhia
Independente (CI) da Polícia Militar do Maranhão (PM-MA) de Zé Doca, nenhum dos
fugitivos foi recapturado até o momento. O trabalho é reforçado por equipes da
Polícia Civil e PM-MA das cidades de Pinheiro (MA), Pedro do Rosário (MA) e
Bacabal (MA), além do Grupo Tático Aéreo (GTA).
De acordo com informações da
Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA), até o momento, três
foragidos já foram recapturados.
Informações que possa levar à
prisão dos foragidos podem ser repassadas ao Disque-Denúncia pelos telefones
(98) 3223-5800 (capital), 0300-313-5800 (municípios do interior do Maranhão) e
(98) 99224-8660 (aplicativo WhatsApp).
Custódia irregular de presos
Com 1,5 mil sob custódia considerada indevida pelo Sindicato dos Policiais
Civis do Maranhão (Sinpol-MA), o presidente da entidade, Heleudo Albino
Moreira, diz que espera rapidez nas obras de construção de presídios para a
retirada desses detentos de unidades da Polícia Civil no interior do Maranhão.
“É uma luta nossa, inclusive,
fazemos mais uma vez o apelo ao atual secretário de Segurança (Jefferson
Portela) e quem foi justamente quem, quando foi delegado-geral, iniciou a
retirada de presos da Região Metropolitana (de São Luís). Graças a Deus, houve
esse avanço nesse período. Mas o que nós esperamos é que isso se estenda para
todo o Maranhão. Não é mais possível, não é razoável, não é aceitável, não é
admissível que os presos, nós temos hoje aproximadamente mil e quinhentos
presos sob custódia dos policiais civis nas unidades da Polícia Civil”, diz.
Fugas e resgates no Maranhão
Há pouco mais de um mês, dois presos fugiram da Central de Custódia de Presos
de Justiça (CCPJ) do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. Internos
do Bloco B da unidade renderam os agentes penitenciários e ainda teriam tomado
à arma de um vigilante terceirizado. Os dois fugiram pela porta da frente do
presídio.
No dia anterior, três homens foram
mortos em confronto com a polícia quando planejavam uma tentativa de resgate de
presos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Uma equipe do Serviço de
Inteligência (SI) da corporação descobriu o plano e interceptou os suspeitos,
que estavam em uma residência no povoado Camboa dos Frades, na Vila Maranhão,
próximo à BR-135, onde fica o presídio.
Em abril, quatro presos fugiram do
Centro de Detenção Provisória (CDP), também no Complexo de Pedrinhas, com ajuda
de oito homens armados, que ocupavam uma caminhonete e um veículo de passeio. À
época, o secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, admitiu ao G1
falha no momento da intervenção policial.
O local, marcado por casos de
rebeliões, fugas, tortura e mortes de detentos, passou por vistoria do Conselho
de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) em agosto deste ano.