O número de domicílios em situação de insegurança alimentar no
Brasil continua caindo, mas ainda existem cerca de 52 milhões de brasileiros
sem acesso diário à comida de qualidade e na quantidade satisfatória.
No
Nordeste, todos os estados apresentaram taxas inferiores à média nacional
(77,4%). Na Região Norte, apenas Rondônia registrou prevalência de segurança
alimentar acima da média nacional, 78,4%.
Segundo
o suplemento de Segurança Alimentar da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad) 2013, divulgado hoje (18) pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), dos 65,3 milhões de domicílios registrados,
22,6% estavam em situação de insegurança alimentar. Esse percentual era 29,5%
em 2009 e 34,8% em 2004, anos anteriores da pesquisa.
Dos
14,7 milhões de domicílios com algum tipo de insegurança (22,6%), em 9,6
milhões (14,8%) viviam 34,5 milhões de pessoas (17,1%) da população residente
em domicílios particulares em situação de segurança alimentar leve. Nesses
lares havia a preocupação quanto ao acesso aos alimentos no futuro. Os
domicílios com moradores vivendo em situação de insegurança alimentar moderada
representavam 4,6% do total.
Ao todo
10,3 milhões de pessoas nessa situação ou 5,1% conviviam com limitação de
acesso quantitativo aos alimentos. A prevalência de domicílios com pessoas em
situação de insegurança alimentar grave era 3,2%. Em números absolutos, 7,2
milhões de pessoas ou 3,6% dos moradores de domicílios particulares reportaram
alguma experiência de fome no período investigado. Em 2009, esse percentual era
5% e em 2004, 6,9%.
O
estudo mostra também que a prevalência dos três níveis de insegurança alimentar
caíram entre 2009 e 2013. O número de famílias em situação de segurança
alimentar aumentou cerca de oito pontos percentuais em quatro anos ao alcançar
77,4% dos domicílios em 2013. Aproximadamente 150 milhões de pessoas tinham
acesso regular e permanente a alimentos de qualidade em quantidade suficiente,
segundo o estudo.
De
acordo com a pesquisa, a área rural concentrava o maior número de domicílios
com indivíduos em situação de insegurança alimentar: 35,3% (13,9% moderada ou
grave). Na área urbana esse percentual era 20,5% (6,8% moderada ou grave) . Em
2009, o índice foi 43,7% e 29,3% respectivamente. Nos domicílios particulares
urbanos em situação de insegurança alimentar moderada ou grave viviam 7,4% da
população urbana, enquanto nos domicílios rurais moravam 15,8% da população.
Em
relação às regiões do território nacional, o Norte e o Nordeste tinham o maior
número de domicílios com pessoas em situação de insegurança alimentar (36,1% e
38,1% respectivamente) no ano passado.
Nas
demais regiões esse percentual não chegou a 20%. O Sudeste apresentou o menor
índice, 14,5%. Norte e Nordeste também concentravam os maiores percentuais de
domicílios com pessoas em situação de insegurança alimentar grave (6,7% e
5,6%). No Sul e Sudeste a prevalência ficou em 1,9% e 2,3%. Por outro lado,
entre 2004 e 2013, o incremento mais expressivo do percentual de domicílios com
pessoas comendo bem foi identificado no Nordeste (15,5 pontos percentual), com
aumento de 46,4% para 61,9%.
O
Espírito Santo foi o estado com o maior índice de segurança alimentar (89,65%),
seguido por Santa Catarina (88,9%) e São Paulo (88,4%). As unidades da
federação com as menores prevalências foram: Maranhão (39,1%) e Piauí (39,1%),
onde menos da metade dos domicílios particulares tinham alimentação assegurada,
apesar do aumento de 3,6 e 3,3 pontos percentuais.