quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

PF desarticula quadrilha que fraudava precatórios


Cerca de cem policiais federais participaram da Operação Pedreiras, cumprindo ontem seis mandados de prisão preventiva, sete de condução coercitiva e 14 de busca e apreensão nos estados do Maranhão, Bahia e Pará. O nome da operação faz referência à Pedreiras, município maranhense onde foram emitidas a maior parte das procurações ideologicamente falsas.
A investigação apurou que a quadrilha atuava sacando precatórios utilizando-se de documentos ideologicamente falsos obtidos em um cartório do Maranhão. A partir daí, os criminosos faziam a retirada do dinheiro, aplicando o golpe tanto na Caixa Econômica Federal (CEF), que tinha que ressarcir o prejuízo financeiro, e, principalmente, nos jurisdicionados que, além de aguardar o longo trâmite judicial em busca de um direito, ainda eram submetidos ao transtorno de provar que não retiraram o montante.
Foram registrados saques fraudulentos no Maranhão, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, Pará, São Paulo e Piauí. A prática se tornava ainda mais grave ao cooptar advogados recém-formados através da internet para que esses participassem, sem ciência do esquema, sacando o precatório mediante procuração do suposto beneficiário, em troca de honorários advocatícios. O esquema contava ainda com a participação de dois funcionários da Caixa Econômica Federal. Os presos responderão por associação criminosa, estelionato e violação de sigilo funcional. Até o encerramento desta edição a PF não havia revelado os nomes dos detidos no Maranhão.
O tabelião do cartório de Pedreiras foi preso junto com mais dois acusados, além de aparelhos eletrônicos e livros do cartório para serem periciados. A polícia não divulgou os nomes dos presos. Nos outros estados em que a operação também foi realizada (Bahia e Pará) foram cumpridos mandados de busca e apreensão e conduções coercitivas.
Os suspeitos irão responder pelos crimes de associação criminosa, estelionato e violação de sigilo funcional.

Senarc prende líder do Bonde dos 40 no Anjo da Guarda


Foi preso, no fim da tarde desta terça-feira (15), por volta das 17h, um homem de 32 anos, identificado como Lázaro Do Vale Feitosa, conhecido como “Raru”, tido como o líder da facção Bonde dos 40 na região do Anjo da Guarda, no eixo Itaqui-Bacanga, na capital maranhense. Localizaram o suspeito com cerca de 15kg de maconha prensada do tipo “tof-tof”, junto com um comparsa.
Titular da Superintendência Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Senarc), responsável pela captura do criminoso, delegado Carlos Alessandro esclareceu que, após inúmeras denúncias anônimas sobre o endereço de “Raru”, na Travessa 29, os investigadores se deslocaram ao local e conseguiram prendê-lo em flagrante, em sua residência. Segundo contou, na casa, apreenderam aquela quantidade de maconha, uma pequena porção de cocaína e mais 150 trouxas de crack.
Ademais, as equipes recolheram, ainda, uma pistola 9mm, de origem argentina, com numeração suprimida e dois carregadores, e cerca de 30 munições daquele calibre e de ponto 40. No interior do imóvel, os policiais também capturaram um “funcionário” de Lázaro, de nome Luanilton Ferreira Sousa, 25, o “Luan”. Este, de acordo com Alessandro, era encarregado de fazer a distribuição da droga pertencente ao seu “chefe”. Conforme o delegado, “Raru” é o “homem-forte” do Bonde no Anjo da Guarda, tendo sido preso em 2006 por tráfico de entorpecentes.
Mulher presa no Rio Anil: durante o turno matutino do mesmo dia, os policiais da Superintendência de Repressão ao Narcotráfico prenderam Flávia Cristina Araújo Marques, 34, no Rio Anil, na área do Bequimão, em São Luís, por volta das 10h. Apreenderam na residência dela um revólver calibre 38 e um colete balístico. Bem como encontraram, como destacou o delegado Felipe César, da Área Norte da Senarc, munições de fuzil calibre 7,62, e outros de calibres 38 e 20. Além de quatro facas.
A mulher é natural de São Paulo, e teria alegado que os materiais pertencem ao seu genro, que é militar do Exército.

90,9% das mortes em São Luís são de homens negros e jovens


Um ‘Mapa da Violência’ em São Luís (MA), com dados sobre mortes violentas intencionais e um panorama dos presídios da capital maranhense, foi apresentado nessa terça-feira (16) pela Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH). O perfil das vítimas de mortes intencionais registradas na Região Metropolitana de São Luís entre 2000 e 2012 é de homens negros e jovens. São 90,9% dos casos.
O diagnóstico apontou para um aumento no número de mortes violentas entre crianças e adolescentes. O levantamento da SMDH mostra que a quantidade de mortes na faixa etária entre 10 a 19 anos cresce a cada ano. Em 2013, foram 171 mortes violentas; em 2014, 195; e até 14 de dezembro deste ano, 198 registros.
O número de homicídios dolosos em 2015 caiu 12,7%, comparado a 2014.

Linchamentos
Segundo os dados apresentados pela SMDH, na Região Metropolitana foram registrados 12 linchamentos, ou seja, uma média de um caso por mês. Um dos casos de maior repercussão foi o de Cledenilson Pereira da Silva, em julho de 2015, no Jardim São Cristóvão. Ele tinha 29 anos.


Em todo o Maranhão, foram 22 casos de espancamentos coletivos, com 25 mortes. Os casos correspondem a 1,3% da quantidade de mortes em todo o ano. A maior parte dessas mortes ainda é provocada por arma de fogo: 77%.
Complexo de Pedrinhas
O relatório apresentado pela SMDH aponta também a situação do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. O número de mortes diminuiu nos últimos dois anos. Segundo o levantamento, caiu de 60 em 2013 para 19 em 2014. Em 2015, foram quatro mortes.