Foram registradas 13.331
infeccções pelo vírus HIV nos últimos 30 anos, no Maranhão, de acordo com dados
da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Em 2015, até outubro, foram registrados
481 casos no Estado, sendo 243 infecções deles em São Luís.
A maioria
dos infectados são homens, com 62,4% dos casos, contra 37,2% das mulheres. O
presidente da Liga Acadêmica Contra Aids, Jadilson Neto, afirma que, só este
ano, 60 jovens com idades entre 15 e 29 anos buscaram apoio na Liga. Ele diz
muitos ignoram os métodos de prevenção contra a doença mesmo com o grande
volume de informação sobre a Aids.
“O jovem é
um dos pilares e muitos nem têm essa informação. Outros têm a informação, mas
na hora da prevenção, acabam esbarrando. A gente sempre associa o HIV à
promiscuidade e não é assim. Existem adolescentes e jovens que se infectaram na
primeira relação e ficaram grávidas no interior do Estado”, explicou.
Com a vida
sexual sendo iniciada mais cedo e o pouco uso de camisinha, a contaminação de
jovens tem sido a maior preocupação dos órgãos que trabalham na luta e na
prevenção da Aids. Pelo menos é o que garante Wendel Alencar, coordenador do
Programa DST e Aids da Secretaria Municipal de Saúde de São Luís (Semus).
“Esse é o
grande desafio que é trabalhar a prevenção das DST’s e Aids com e para as
populações jovens, mas a gente acredita muito que essa geração vai desenhar uma
outra resposta de enfrentamento a epidemia, considerando que as principais
respostas que a gente teve no mundo veio das comunidades juvenis”.
Tratamento
Em São Luís, o Hospital Presidente Vargas é referência no tratamento de portadores de HIV. No local, são tratados quatro mil pacientes. Apesar dos esforços, a maior dificuldade ainda é a conscientização da necessidade de tratamento.
Em São Luís, o Hospital Presidente Vargas é referência no tratamento de portadores de HIV. No local, são tratados quatro mil pacientes. Apesar dos esforços, a maior dificuldade ainda é a conscientização da necessidade de tratamento.
A
coordenadora do Serviço de Assistência Especializada do Hospital Presidente
Vargas, Gabriela Duailibi, diz que muitas pessoas, principalmente as que moram
no interior, ainda têm dificuldade de se deslocar até a capital.
“A nossa
maior dificuldade é a adesão dos pacientes ao tratamento porque muitos moram no
interior do estado. Então, a gente ainda está nesse processo de
descentralização. Já foram feitos alguns ambulatórios em alguns municípios, mas
ainda têm muitos pacientes que tem dificuldade para vir até São Luís para poder
fazer o tratamento”, ressaltou.
O
coordenador da Ong “Contra Aids” , Fernando Cardoso, lembra que a aids não tem
cura e para evitar a doença, o melhor remédio ainda é a prevenção.
“O que as
pessoas estão fazendo é vulgarizando a aids. As pessoas estão achando que por
descobrir que possuem aids tem tratamento está tudo bem. não é isso. Os efeitos
colaterais são enormes e os próprios retrovirais provocam situações em
pacientes também. Eles cuidam de um lado e prejudicam de outro”, finalizou.