Henrique MendesDo G1 BA
O interno Marcos Suel Teixeira Brito, de 34 anos, é
suspeito de ter cometido dois estupros emmenos de 24 horas que ficou foragido do Presídio Nilton
Gonçalves, em Vitória da Conquista, no sudoeste da
Bahia. Os crimes ocorreram na madrugada entre o sábado (12) e o domingo (13).
Na manhã de sábado, o interno conseguiu escapar do
sistema prisional durante o banho de sol. No dia
seguinte, logo após ser recapturado, ele fugiu mais uma vez do Distrito
de Segurança Pública (Disep) da cidade.
Entretanto, voltou a ser preso poucas horas depois.
O suspeito está preso desde fevereiro deste ano, após
ter sido por reconhecido por 10 vítimas de estupro com idades entre 8
e 63 anos de dezembro de 2015 a janeiro deste ano.
Delcimara Cardoso Gonçalves, titular da Delegacia
Especial de Atendimento à Mulher (Deam), relatou ao G1, na manhã desta segunda-feira (14), que durante o
período em que ele ficou foragido foram registrados três estupros em Vitória da Conquista.
Duas vítimas reconheceram o homem na sede da delegacia.
A terceira vítima não conseguiu fazer a identificação porque o agressor estava
com a cabeça coberta no momento do crime.
"A partir do reconhecimento, estamos investigando
para confirmar se os crimes foram mesmo cometidos por ele. Todas as vítimas
foram encaminhadas para exames", relata. Segundo a delegada, a forma de
agir do suspeito nos três casos converge com o histórico de crimes de estupro
cometidos pelo agressor. "Invade as casas na madrugada, escala a janelas,
faz ameaças", narra o modo de agir do criminoso.
Conforme Delcimara Cardoso, após recaptura, Marcos Suel
Teixeira Brito voltou para o Presídio Nilton Gonçalves ainda no domingo (13).
Dez estupros
Em fevereiro deste ano, Marcos Suel Teixeira Brito foi preso em flagrante
durante uma tentativa de assalto no município de Vitória da Conquista, no
sudoeste do estado. Após prisão, foi reconhecido por dez mulheres que foram
vítimas de estupro entre os meses de dezembro de 2015 e janeiro deste ano. As
vítimas têm idades entre 8 e 63 anos.
À época, a delegada Delcimara
Cardoso Gonçalves detalhou que o suspeito foi preso ao tentar invadir uma casa
no bairro "Brasil". "O morador percebeu a ação, perseguiu e
capturou o homem", detalhou.
Delcimara destacou que, ao chegar à
delegacia, reconheceu no suspeito uma série de características passadas por
vítimas de estupro na cidade. "Solicitamos que as vítimas viessem aqui.
Todas reconheceram o homem como autor dos crimes", atesta.
No procedimento de reconhecimento, a
delegada detalha que foram cumpridas as metodologias necessárias para evitar
equívocos. "Tivemos o cuidado de fazer o reconhecimento colocando, lado a
lado do suspeito, outros indivíduos com características similares", ressaltou.
Nos dez casos, Delcimara conta que
as vítimas ficaram visivelmente emocionadas quando colocadas diante do homem
preso. "Algumas passaram mal e outras choraram. São reações comuns neste
tipo de caso", destaca.
'Ameaças'
Delcimara Cardoso Gonçalves detalha que dentre vítimas há crianças e idosas,
com idades entre 8 e 63 anos. Na maioria dos casos, conta que o autor dos
estupros invadia a residência das vítimas, geralmente à noite, e ameaçava as
mulheres com uma faca. "Ele sempre dizia que tinha alguém [um comparsa] do
lado de fora. Sempre fazia ameaças", explica.
Em todos os casos, além dos
estupros, o homem promovia roubos. "Sempre perguntava por dinheiro. Ele
assaltava a casa das vítimas também". A delegada detalha, inclusive, que o
homem reconhecido pela vítimas já tinha passagens pela polícia por roubo em
Itapetinga.
Em depoimento, o supeito negou que
tenha cometido os estupros. "Ele negou as acusações. Disse que é morador
de rua, que não sabe nome da mãe e do pai", acrescenta a delegada.