A Vale recebeu licença de operação do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para iniciar a exploração no
projeto S11D, no Pará – “maior projeto de minério de ferro da história da
empresa e da indústria da mineração”, segundo a companhia. A previsão é que o
empreendimento entre em operação comercial em janeiro de 2017.
A licença de operação é válida por 10
anos e inclui mina para extração de minério de ferro, usina de beneficiamento,
acessos, pilhas de estéril, diques e demais estruturas auxiliares.
“A decisão ocorreu após a conclusão,
no último dia 30/11, de parecer técnico que apontou não haver óbices à emissão
da licença de operação”, informou o Ibama.
A licença estabelece o cumprimento de
16 condicionantes específicas pela empresa.
O projeto S11D não contempla
barragens de rejeitos. Segundo o Ibama, o beneficiamento do minério ocorrerá
sem a necessidade de adição de água, tornando desnecessário o estabelecimento
de barragens de rejeitos. “Isso se deve à combinação da qualidade do minério a
ser lavrado com a tecnologia de beneficiamento proposta durante a análise de
viabilidade ambiental do empreendimento”, informou o Ibama.
‘Maior
mina do mundo’
A mina está localizada em Canaã dos
Carajás, no Sudeste do Pará. Está prevista a produção de até 90 milhões de
toneladas de minério de ferro por ano. O empreendimento entrará em operação
comercial em janeiro de 2017.
Em comunicado ao mercado, a Vale
informou que o conjunto de mina e planta do projeto alcançou 96% de avanço
físico em 30 de outubro de 2016 e os testes com carga estão progredindo com
sucesso. “O start-up do S11D acontecerá em 2016 com o primeiro embarque
comercial em janeiro de 2017”, disse a empresa.
Os investimentos totais anunciados
são de US$ 14,3 bilhões, sendo US$ 6,4 bi aplicados na implantação da mina e da
usina e US$ 7,9 bi referentes à construção de um ramal ferroviário de 101
quilômetros, à expansão da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e à ampliação do
Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís (MA).
A estrutura da mina e da usina de
processamento de minério de ferro conta com 3 linhas de produção – cada uma com
capacidade de processamento de 30 milhões de toneladas/ano.
O empreendimento recebeu o nome S11D
em razão da sua localização. Na Serra Norte, está a Mina de Carajás, em
operação desde 1985, situada em Parauapebas, município vizinho a Canaã. Para
fins geológicos, o S11D é apenas um bloco do corpo que foi dividido em quatro
partes: A, B, C e D.
A vida útil da mina está estimada em
48 anos. O potencial mineral do corpo S11 é de 10 bilhões de toneladas de
minério de ferro, sendo que só o bloco D possui reservas de 4,24 bilhões de
toneladas.
“O minério será lavrado a céu aberto
e levado da mina até a usina por meio de um Transportador de Correia de Longa
Distância (TCLD). A usina, os pátios de estocagem e regularização de minério,
as pilhas de estéril e canga (minério de ferro com teor mais alto de
contaminantes) e a área de manobra e carregamento de trens estão localizados em
antigas áreas de pastagem, fora da Floresta Nacional de Carajás (FLONACA), uma
unidade de conservação que a Vale ajuda a proteger desde a sua criação, em
fevereiro de 1988”, informou a Vale.