O advogado Walmir de Oliveira da Cunha foi vítima de uma carta-bomba na
sexta-feira (15) em Goiânia. O profissional perdeu três dedos e foi operado no
sábado (16) no Hospital de Urgências de Goiás. Ele não corre risco de morte.
Com a explosão, a recepção de seu escritório foi bastante avariada.
"Depois de ir ao escritório,
estive no hospital para ter notícias dele. Ele está bem, consciente, mas a mão
esquerda sofreu muitos danos. Existe a possibilidade razoável de que ele venha
a perdê-la", disse o presidente da seccional goiana da Ordem dos Advogados
do Brasil ao G1.
Em nota, a seccional repudiou o ato e
informou que o vice-governador e secretário de Segurança Pública, José Eliton
de Figuerêdo Júnior, garantiu que o caso será investigado. Segundo o Diário de
Goiás, a Polícia Civil está tentando identificar o entregador que levou a
encomenda.
A Polícia Militar informou que o
mototaxista chegou ao escritório de Walmir às 17h30. A secretária do escritório
disse à PM que a carta fazia o barulho igual ao de um relógio. "Walmir de
Oliveira da Cunha é um atuante advogado na área do Direito Agrário e sempre se
pautou na conduta ética em suas ações", disse a OAB-GO.
O presidente do Conselho Federal da
Ordem dos Advogados do Brasil, Claudio Lamachia, afirmou que a entidade
acompanhará as investigações atentamente. "A Ordem dos Advogados do Brasil
não admite que advogadas e advogados sofram qualquer tipo de represália ou
constrangimento por causa do exercício da advocacia. Não existe Estado
Democrático de Direito sem uma advocacia forte, capaz de fazer valer os
direitos e garantias dos cidadãos."
Destacou também que a violência contra
a advocacia não é algo novo, lembrando do assassinato de um advogado em Santa
Catarina no começo deste ano. "É preciso lembrar que a violência contra
advogados não se manifesta apenas com agressões físicas. O grampo em conversas
telefônicas entre advogados e seus clientes é uma forma violenta de atacar a
advocacia e também de afrontar a Constituição."
Leia a nota do Conselho Federal da OAB:
A OAB acompanhará atentamente as
investigações até que a origem do ataque seja descoberta e os responsáveis pela
agressão sejam punidos de forma exemplar e legítima.
A Ordem dos Advogados do Brasil não
admite que advogadas e advogados sofram qualquer tipo de represália ou
constrangimento por causa do exercício da advocacia. Não existe Estado
Democrático de Direito sem uma advocacia forte, capaz de fazer valer os
direitos e garantias dos cidadãos.
Infelizmente, tem sido frequente o
registro de violações das prerrogativas profissionais. A OAB recebe todas
as denúncias e auxilia os profissionais a terem garantidas suas prerrogativas.
Neste ano, inclusive, um colega de
Santa Catarina que estava trabalhando foi morto por policiais que estavam fora
do horário de serviço. A seccional catarinense da
OAB e o Conselho Federal acompanham os
desdobramentos do caso para que esse tipo de crime seja exemplarmente punido.
É preciso lembrar que a violência
contra advogados não se manifesta apenas com agressões físicas. O grampo em
conversas telefônicas entre advogados e seus clientes é uma forma violenta de
atacar a advocacia e também de afrontar a Constituição.
Vou repetir à exaustão: respeitar o
trabalho dos advogados é essencial para que os direitos e garantias dos
cidadãos sejam aplicados de acordo com o que estipula a Constituição. O
desrespeito e a violência contra advogados é uma afronta direta à democracia
brasileira."
Claudio Lamachia, presidente nacional
da OAB
Leia a nota da OAB-GO:
A OAB-GO manifesta profundo repúdio ao
atentado contra a vida do advogado Walmir de Oliveira da Cunha, ocorrido nesta
sexta-feira (15/07), no qual ele sofreu lesão corporal grave depois de receber
um pacote endereçado ao seu nome. Ele não corre risco de morte e está
consciente.
Walmir de Oliveira da Cunha é um
atuante advogado na área do direito agrário e sempre se pautou na conduta ética
em suas ações. A OAB-GO reforça que dará todo o apoio necessário ao advogado.
O presidente da OAB-GO, Lúcio Flávio de
Paiva, esteve no local do acidente, juntamente com o diretor-tesoureiro Roberto
Serra, e o presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas, Érlon Fernandes,
e designou a criação de uma comissão especial para acompanhar o inquérito.
Lúcio Flávio, inclusive, está no Hospital de Urgências de Goiás (Hugo) para dar
o suporte necessário ao advogado.
A OAB-GO esclarece, ainda, que o
presidente da Ordem entrou em contato com o vice-governador e secretário de
Segurança Pública, José Eliton, que garantiu pronta, imediata e severa
investigação sobre este caso.
Este é um atentado inadmissível à
advocacia. A OAB-GO não aceitará esta violência descabida e reafirma que toda a
advocacia irá se mobilizar contra este e qualquer tipo de violência. A Ordem
não se intimidará diante de quaisquer ameaças que sofrer".