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Pesquisa CUT-VOX Populi divulgada nesta quinta-feira 9 confirma a
rejeição dos brasileiros com a reforma trabalhista do governo Temer, que já foi
sancionada e cujas regras entram em vigor no próximo sábado, dia 11.
De acordo com o levantamento, realizado entre 27 e 31 de
outubro, 81% dos trabalhadores são contra as mudanças, apenas 6% aprovam, 5%
não aprovam nem desaprovam e 8% não sabem ou não responderam. A pesquisa diz
ainda que 67% acham que as novas regras são boas só para patrões.
CUT/Vox confirma: 81% dos trabalhadores
rejeitam Reforma Trabalhista
81% dos brasileiros desaprovam a nova Lei Trabalhista que entra
em vigor no próximo sábado, dia 11 de novembro. Apenas 6% aprovam as mudanças,
5% não aprovam nem desaprovam e 8% não sabem ou não responderam, mostra nova
roda da pesquisa CUT-VOX Populi, realizada entre os dias 27 e 31 de outubro.
A reforma trabalhista,
encaminhada por Temer e aprovada pelo Congresso Nacional, alterou 100 itens da
CLT – Consolidação das Leis do Trabalho. Entre as mudanças estão negociações
individuais entre patrões e empregados, sem a presença do sindicato, para assinar
acordos de demissão, jornada de trabalho, banco de horas, parcelamento de
férias e intervalos para amamentação. Outra novidade é a legalização
do contrato de trabalho sem vínculo, sem direitos e garantias, chamado de
trabalho intermitente. O trabalhador só trabalha quando for chamado pelo
patrão, e recebe de acordo com as horas de serviço prestadas. Não há garantia
nenhuma de que será chamado a trabalhar.
O
maior índice de rejeição às novas regras trabalhistas encontrado na pesquisa
CUT/Vox foi registrado no Sudeste (89,%). No Nordeste, a rejeição às mudanças é
de 81%; no Centro-Oeste/Norte, 78%; e, no Sul, 60%.
“Quanto mais se informam sobre a reforma, mais os trabalhadores
rejeitam as mudanças na CLT que o empresariado mais conservador e ganancioso
mandou Temer encaminhar para aprovação no Congresso”, diz o presidente da CUT,
Vagner Freitas.
Para ele, a nova Lei Trabalhista legaliza o bico, dá segurança
jurídica para os maus empresários explorarem os trabalhadores.
Os
altos percentuais de desaprovação à “nova CLT”, assim chamada por parte
da mídia conservadora, foi registrado em todos os gêneros, idades e
classes sociais.
Confira a estratificação:
Por gênero, as novas regras foram reprovadas por 82% das
mulheres e por 79% dos homens.
Por idade, 83% entre adultos, 79% entre os jovens e 76% entre os
maduros.
Por renda, a rejeição entre os que ganham mais de 2 e até 5
salário mínimos foi a mais alta, 83%; entre os que ganham até 2 SM ficou em 80%
e em 77% entre os que ganham mais de 5 SM.
Por escolaridade, quem cursou até o ensino médio rejeitou mais
(86%), seguido pelos que têm ensino superior (79%) e 77% entre os que têm
ensino fundamental.
Para 67% dos entrevistados, a nova Lei Trabalhista só é boa para
os patrões. Para 1%, é boa para os trabalhadores. Outros 6% disseram que é boa
para ambos; 15% não tiveram dúvidas em dizer que não é boa para ninguém; e
11% não souberam ou não quiseram responder.
Os percentuais mais negativos ficaram com o Sudeste (76%);
Centro-Oeste/Norte, com 68%; e, Nordeste, com 65%, onde a maioria dos
entrevistados acredita que as mudanças na CLT são boas somente para os patrões.
No Sul, 44% respondeu que os patrões são os mais beneficiados com as mudanças.
A nova rodada da pesquisa CUT-VOX foi realizada em 118 municípios.
Foram entrevistados 2000 brasileiros com mais de 16 anos de idade, residentes
em áreas urbanas e rurais, de todos os estados e do Distrito Federal, em
capitais, regiões metropolitanas e no interior, em todos os segmentos sociais e
econômicos.
A margem de erro é de 2,2%, estimada em um intervalo de
confiança de 95%.