quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Veterinário alerta para o alto índice de calazar no Maranhão


Em entrevista concedida à reportagem do Jornal Pequeno, o médico veterinário Renan Nascimento de Morais, formado pela Universidade Estadual do Maranhão (Uema), demonstrou preocupação com o alto índice da leishmaniose visceral, conhecida popularmente como calazar, em todo o Maranhão. Somente em sua clínica, cerca de cinco casos de contaminados por semana são registrados.
Presidente da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais, regional maranhense (Anclivepa/MA), Renan explicou que, há cinco anos, o calazar atingia um cão por mês na região metropolitana de São Luís, mas esta estatística aumentou surpreendentemente de lá para cá. Segundo seus estudos sobre o caso e com base em sua vasta experiência na medicina veterinária, um dos fatores que contribuíram para essa elevação foi a devastação do meio ambiente.
De acordo com Renan, as principais indústrias de alumínio e produtos similares instaladas na Ilha poluem as bacias, sendo que os animais silvestres acabam sendo dizimados e deslocados de seus habitats. Aliado a isto, há a participação das construtoras, que erguem imóveis em locais inapropriados e com presença maciça de vegetação, lançando esgoto nos rios que correm por São Luís, Raposa, São José de Ribamar e Raposa.
“Sem devastação ambiental, há equilíbrio no ecossistema”, enfatizou Nascimento de Morais. Quando uma área florestal é desmatada, prosseguiu o médico veterinário, a fêmea da espécie Lutzomialongipalpis, popularmente conhecido por “mosquito-palha”, retira-se do mato e passa a se concentrar no ambiente urbano, sobretudo em locais periféricos, onde o saneamento básico é precário.
Sem, por exemplo, um sistema de fossas apropriado, o calazar se prolifera em cães e em pessoas com imunidade mais fraca, como crianças, idosos e enfermos.
Embora a concentração da doença seja nesses locais onde a pobreza é mais evidente, o calazar já está afetando áreas mais “nobres” da Grande Ilha, como Renan fez questão de ressaltar, e isso é um dado preocupante. O contexto como um todo, pontuou ele, deve ser observado e analisado com mais atenção e cuidado pelo Poder Público, de todas as esferas governamentais, pois, no Hospital Materno Infantil, unidade do Hospital Universitário da Ufma (HUUfma), crianças de 4 a 8 anos dão entrada com sintomas da leishmaniose visceral.
De acordo com Renan Morais, é necessário que se mantenha o “cordão verde” não apenas da Ilha, como em todo o Maranhão, preservando o ecossistema, para que se consiga reduzir esses índices. Para combater esse quadro alarmante, a Anclivepa/MA, sob a presidência do médico veterinário, está realizando uma parceria com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde (SES), para oferecer um tratamento digno aos animais de rua, como cães e gatos.
Um documento, aliado a isto, será entregue à Promotoria do Meio Ambiente para que as construtoras sejam orientadas a preservar determinadas áreas e para que um levantamento sociogeográfico seja feito nesses locais antes da instalação de imóveis.
O CALAZAR
A leishmaniose visceral (VL), também conhecida como calazar, é a forma mais grave da leishmaniose, sendo a segunda doença parasitária que mais mata no mundo (apenas a malária é mais mortal). Assim como a Doença de Chagas e a Doença do Sono, o calazar é uma das doenças tropicais negligenciadas (DTNs) mais perigosas, que, se não for tratada, chega a ser fatal em mais de 95% dos casos.
O calazar é endêmico em 47 países e aproximadamente 200 milhões de pessoas correm o risco de serem infectadas. É altamente endêmico no subcontinente indiano e no leste da África. Estima-se que 200 a 400 mil novos casos de VL ocorram anualmente no mundo. Mais de 90% dos novos casos ocorrem em 6 países: Bangladesh, Brasil, Etiópia, Índia, Sudão do Sul e Sudão.
A leishmaniose é causada pelo protozoário parasita Leishmania, que é transmitido pela picada de mosquitos infectados. O parasita ataca o sistema imunológico e, meses após a infecção inicial, a doença pode evoluir para uma forma visceral mais grave, que é quase sempre fatal se não for tratada.

A doença afeta algumas das pessoas mais pobres do mundo e está associada à desnutrição, deslocamento de população, condições precárias de habitação, um sistema imunológico fraco e falta de recursos financeiros. A leishmaniose, em geral, também está ligada a mudanças ambientais como o desmatamento, construção de barragens, sistemas de irrigação e urbanização.

NO BRASIL DO PÓS-GOLPE, FALTA TRABALHO PARA 26,3 MILHÕES DE BRASILEIROS


247 - Na contramão do discurso oficial do governo Michel Temer sobre a melhora dos níveis de emprego, faltou trabalho para 26,3 milhões de brasileiros ao longo do segundo trimestre deste ano, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quinta-feira 17.
Ao todo, a chamada taxa composta da subutilização da força de trabalho, que leva em consideração o desemprego, o desemprego pela insuficiência de horas trabalhadas e a força de trabalho – chegou a 23,8%.
O indicador ainda ficou abaixo dos 24,1% apontados no trimestre anterior, quando 26,5 milhões de pessoas estavam nesta condição.

Ao longo do segundo semestre, os brasileiros subocupados chegaram a 5,8 milhões de pessoas, contra 4,8 milhões do mesmo período do exercício anterior. No primeiro semestre o número de subocupados era de 5,2 milhões.

Dupla é presa quando se preparava para praticar “saidinha bancária”


Uma operação da Polícia Civil, por meio da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) e da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), resultou na prisão de Carlos Augusto Reis Máximo Filho, conhecido como “Gugu Branco”, de 36 anos; e Carlos André Rocha Veloso, o “Gugu da Brasília”, 30. A dupla foi presa em flagrante quando se preparava para cometer uma “saidinha bancária”, no bairro do João Paulo, na manhã desta quarta-feira (16).
Segundo o delegado Thiago Bardal, titular da Seic, os dois presos pertencem a uma associação criminosa especializada na prática do crime conhecido como “saidinha bancária”, e foram presos no momento em que se preparavam para executar um assalto nas proximidades do banco Itaú do João Paulo, localizado ao lado do quartel do 24° Batalhão de Infantaria Leve (24º BIL).
O delegado ressaltou que a dupla já estava sendo apontada, por meio de diversas denúncias anônimas, como sendo importantes membros de uma conhecida facção criminosa que atua no estado.
Com os dois assaltantes, foi apreendido um revólver calibre 38, com cinco munições intactas. Um detalhe que chamou atenção foi que um dos criminosos estava vestido com uma farda da Companhia Energética do Maranhão (Cemar), com o intuito de não levantar suspeitas. Esse, inclusive, no momento da prisão estava encostado em um poste, na tentativa de parecer que estivesse fazendo algum reparo a serviço da Cemar.


Foi ressaltado por Bardal que Carlos Augusto já responde, na justiça maranhense, pelos crimes de tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo e roubo majorado. E ainda que, apesar das condenações que somam quase 35 anos de prisão, estava usufruindo de liberdade condicional concedida pela 1ª Vara de Execuções Penais no mês de junho deste ano. Já Carlos André, também condenado pelo estatuto do desarmamento, por conta de decisão da 2ª VEP, gozava de prisão domiciliar desde o dia 1º de junho deste ano.
Após análise técnico-jurídica, a dupla foi autuada pelo crime de associação criminosa, porte ilegal de arma de fogo e por integrarem organização criminosa. Após as formalidades legais os conduzidos foram encaminhados ao Complexo Penitenciário de Pedrinhas, onde permanecerão à disposição do Poder Judiciário.
Cemar esclarece sobre criminoso usando farda
Sobre a prisão de um assaltante que utilizava a farda de uma empresa fornecedora da Cemar em São Luís, na tarde desta quarta-feira (16), a Companhia informa que os envolvidos no caso não trabalham para a Cemar e que está acompanhando as ações das autoridades policiais no sentido de esclarecer o uso e a origem desta farda.
A prática de delitos por pessoas que se disfarçam de prestadores de serviço de concessionárias de energia, água, telefone ou TV a cabo tem se tornado cada vez mais comum, por isso a Cemar orienta para que as eventuais vítimas desse tipo de crime levem ao conhecimento das autoridades policiais da sua cidade, por meio do telefone 190 e a Cemar acompanhará o resultado das investigações como forma de garantir um atendimento de qualidade e segurança para seus clientes.


Blog do Wellington Rabelo