Primeira crítica
contundente do Supremo Tribunal Federal à ação do juiz Sérgio Moro contra o
ex-presidente Lula nesta sexta-feira 4 veio do ministro Marco Aurélio Mello;
"Condução coercitiva? O que é isso? Eu não compreendi. Só se conduz
coercitivamente, ou, como se dizia antigamente, debaixo de vara, o cidadão de
resiste e não comparece para depor. E o Lula não foi intimado", afirmou;
"Precisamos colocar os pingos nos 'is'", continua; Mello criticou o
argumento de Moro, de que a medida foi tomada para assegurar a segurança de
Lula; "Nós, magistrados, não somos legisladores, não somos
justiceiros", e ensinou: "Não se avança atropelando regras básicas"
A
primeira crítica contundente do Supremo Tribunal Federal à ação do juiz Sérgio
Moro contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dentro da 24ª fase da
operação Lava Jato veio do ministro Marco Aurélio Mello.
"Condução
coercitiva? O que é isso? Eu não compreendi. Só se conduz coercitivamente, ou,
como se dizia antigamente, debaixo de vara, o cidadão de resiste e não
comparece para depor. E o Lula não foi intimado", afirmou Mello, segundo a
colunista Mônica Bergamo.
Marco
Aurélio diz que é preciso "colocar os pingos nos 'is'". "Vamos
consertar o Brasil. Mas não vamos atropelar. O atropelamento não conduz a coisa
alguma. Só gera incerteza jurídica para todos os cidadãos. Amanhã constroem um
paredão na praça dos Três Poderes", afirmou.
O
magistrado criticou também o argumento utilizado por Moro para embasar a
condução coercitiva de Lula, de que a medida seria para a própria segurança do
ex-presidente. "Será que ele [Lula] queria essa proteção? Eu acredito que
na verdade esse argumento foi dado para justificar um ato de força", segue
o magistrado. "Isso implica em retrocesso, e não em avanço."
O
ministro do STF disse que o juiz Sérgio Moro "estabelece o critério dele,
de plantão", o que seria um risco. "Nós, magistrados, não somos
legisladores, não somos justiceiros". E ensina: "Não se avança
atropelando regras básicas".