quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Presos planejavam ataque a bomba contra autoridades do TJ e MP do Amazonas


O Estado de S. Paulo

Um relatório do Setor de Inteligência da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Amazonas, datado de segunda-feira, 9, e obtido pela GloboNews, mostra que a Família do Norte (FDN) já planejava atentados a bomba contra autoridades, como a segunda parte do plano iniciado com o massacre de rivais e desafetos em Manaus.

Os líderes locais da FDN teriam partido para uma retaliação após os principais chefes da facção, detidos em presídios federais, não terem voltado ao Estado no fim do ano, como solicitavam os detentos desde outubro. Como parte do plano definido na época constava o ataque contra o secretário de Segurança, Sérgio Fontes, e contra o promotor de Justiça Lauro Tavares, do Grupo de Atuação Especial Regional para Prevenção e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Amazonas.

O relatório aponta ainda que, na sexta-feira da semana passada, em conversa de celulares interceptada de dentro do Compaj, o líder do regime fechado, apelido de Marquinhos, falou do sucesso da primeira parte do plano - com as 56 mortes - e disse que a segunda fase estava em andamento.

Atentados seriam feitos com bombas deixadas em malas no Tribunal de Justiça e no Ministério Público. A tarefa seria chefiada por um detento do semiaberto: Nigéria. Ele já teria obtido metralhadoras, além do apoio de quatro pistoleiros e de criminosos colombianos especializados no uso de explosivos.

PMs envolvidos
O relatório pede sigilo aos envolvidos, uma vez que haveria risco de policiais militares estarem vazando informações para a FDN.

Massacres em Manaus e Boa Viasta 
Um sangrento confronto entre facções no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, deixou 56 mortos entre a tarde de 1º de janeiro e a manhã do dia 2. A rebelião, que durou 17 horas, acabou com detentos esquartejados e decapitados no segundo maior massacre registrado em presídios no Brasil - em 1992, 111 morreram no Carandiru, em São Paulo. Treze funcionários e 70 presos foram feitos reféns e 184 homens conseguiram fugir. Outros quatro presos foram mortos no Instituto Penal Antonio Trindade (Ipat), também em Manaus. Segundo o governo do Amazonas, o ataque foi coordenado pela facção Família do Norte (FDN) para eliminar integrantes do grupo rival, o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Cinco dias depois, o PCC iniciou sua vingança e matou 31 detentos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC), em Boa Vista, Roraima. A maioria das vítimas foi esquartejada, decapitada ou teve o coração arrancado, método usado pelo PCC em conflitos entre facções. Com 1.475 detentos, a PAMC é reduto do PCC, que está em guerra contra a facção carioca Comando Vermelho (CV) e seus aliados da FDN. Roraima tem 2.621 presos - 900 dos quais pertenceriam a facções, a maioria do PCC. No total, 27 facções disputam o controle do crime organizado nos Estados.


A guerra de facções deixou o sistema penitenciário em alerta, os e governadores de Amazonas, Roraima, Rondônia, Acre, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul pediram ajuda do governo federal com o envio da Força Nacional. Amazonas foi o primeiro Estado a receber. A crise é tamanha que, segundo o Conselho Nacional de Justiça, são necessários R$ 10 bilhões para acabar com déficit prisional no País.

Maranhão aumentou a vigilância sanitária de doenças animais em 2016


Além da manutenção do status sanitário de área livre de aftosa, em 2016, o Maranhão conseguiu intensificar sua defesa sanitária animal e garantir mais saúde para os animais de produção e para a população. De acordo com dados da Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged/MA), só no ano passado foram realizadas 45.135 fiscalizações para a prevenção da febre aftosa e 62.721 para prevenção de outras doenças animais. Os números representam um incremento de, respectivamente, 146% e 28% nas metas previstas.
“Ano passado tivemos que readequar o nosso planejamento e, com as mudanças e o esforço dos nossos servidores, conseguimos atingir nossas metas em mais de 100%, especialmente as metas de fiscalizações em propriedades que permitiram a obtenção de índices expressivos nas coberturas vacinais”, comentou o presidente da Aged, Sebastião Anchieta.
Os resultados também foram positivos na fiscalização do trânsito de animal, seus produtos e subprodutos. Como fruto da vigilância nas sete barreiras zoofitosanitárias do estado e nas blitzen, foram inspecionados 60.742 veículos e 10.250 movimentações animais para outros estados, num total de 344.532 bovídeos.
“Em 2017 pretendemos aumentar, ainda mais, o número dessas fiscalizações, pois entendemos que assim podemos não só coibir o trânsito clandestino de animais, mas também o trânsito de alimentos e produtos de origem animal e a evasão de divisas. Estamos trabalhando em parceria com a Sefaz, para impedir o trânsito inadequado sem Guia de Trânsito Animal e Nota Fiscal”, explicou a diretora de Defesa e Inspeção Animal, Viviane Correa.
Controle de doenças
Em 2016, a Aged também registrou a vacinação de 238 mil bezerras de 3 a 8 meses de idade contra brucelose. Com o número, o Maranhão alcançou a cobertura de 70% preconizada pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Para o controle da raiva dos herbívoros, foram contabilizadas 30 capturas de morcegos hematófagos, 25 ações de busca de agressões por morcegos e 2.617.036 vacinações.
Na avicultura, área em que a Aged tem investido na educação sanitária de produtores a partir de um convênio com o Fundo Maranhense de Combate à Pobreza (Fumacop), realizaram-se monitoramentos de granjas cadastradas e de sítios de aves migratórias para controle da influenza aviária.


“Temos o plano de ampliar nossa ação no programa de controle e erradicação da brucelose e tuberculose, aumentando a cobertura vacinal das bezerras, bem como de intensificar os cadastramentos de propriedades com suínos, animais aquáticos e colmeias”, declarou Viviane.