O Ministério Público do Trabalho no Maranhão (MPT-MA)
divulgou, nesta quinta-feira (28), Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo,
levantamento mostrando que, no ano passado, o órgão instaurou 26 procedimentos
para investigar a exploração de trabalhadores em situação análoga à escravidão
em todo o Estado.
De acordo com o estudo, ao longo de 2015, o MPT-MA
firmou seis termos de ajuste de conduta (TAC) e ajuizou duas ações civis
públicas que tratam da exploração de trabalho escravo. Um dos casos emblemáticos ocorreu em
São Luís, em outubro do ano passado, quando 58 operários da
Central Engenharia foram resgatados durante a operação “Asfalto Decente”. A
empreiteira era responsável pela pavimentação asfáltica da capital maranhense.
Na ocasião, todas as frentes de trabalho foram paralisadas e os resgatados
receberam R$ 374 mil em verbas rescisórias.
Formado por representantes do MPT, Polícia Federal,
Polícia Rodoviária Federal e Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, o
Grupo Especial de Fiscalização Móvel realizou, no ano passado, 125 operações de
combate ao trabalho escravo em todo o país. Dos 936 trabalhadores resgatados,
131 eram maranhenses, o que representa 19,10% do total e coloca o Maranhão em
2º lugar no ranking nacional. A lista é liderada pela Bahia, com 140 resgatados
(20,41%); o 3º lugar é ocupado por Minas Gerais, com 77 trabalhadores (11,22%).
Para o procurador do Trabalho Maurel Selares, a
falta de investimento em políticas públicas é um dos principais fatores que
contribuem para a perpetuação do trabalho escravo. “É mais do que necessária
uma ação conjunta por parte dos governos, das organizações não-governamentais e
da sociedade para mudar esse quadro”.
Segundo ele, além de investir em educação e
qualificação de mão de obra, é preciso dar mais apoio aos resgatados, a fim de
evitar que eles voltem às condições precárias em que foram encontrados.