Pesquisa realizada pelo
instituto Vox Populi para a Central Única dos Trabalhadores revela que, para
58% dos brasileiros, o impeachment não irá resolver a crise econômica que
atinge o País; o levantamento, feito entre os dias 9 e 12 de abril com 2 mil entrevistados,
aponta ainda que a população enxerga o golpe como uma vingança pessoal do
deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ); a imagem do vice-presidente Michel Temer é
negativa para 61% dos brasileiros; além disso, a pesquisa aponta divisões
regionais no País – no Nordeste, por exemplo, 54% dos entrevistados são contra
o impeachment; o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi também apontado
como o melhor da história por 45% dos brasileiros, cinco pontos acima do
levantamento anterior; confira a íntegra
Uma pesquisa realizada pelo
instituto Vox Populi para a Central Única dos Trabalhadores revela que, para
58% dos brasileiros, o impeachment não irá resolver a crise econômica que
atinge o País.
O levantamento, feito entre os dias 9 e 12 de abril com 2 mil
entrevistados, aponta ainda que a população enxerga o golpe como uma vingança
pessoal do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A imagem do vice-presidente Michel Temer é negativa para 61% dos
brasileiros.
Além disso, a pesquisa aponta divisões regionais no País – no
Nordeste, por exemplo, 54% dos entrevistados são contra o impeachment
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi também apontado como
o melhor da história por 45% dos brasileiros, cinco pontos acima do
levantamento anterior. Confira a íntegra:
Para 58% dos brasileiros o
golpe não é solução para o país, mostra pesquisa CUT/Vox Populi
Oposição aproveita desgaste do
governo sem pensar que isso pode aumentar dificuldades do Brasil
Para a grande maioria dos brasileiros (58%), o Golpe de Estado em
curso no Brasil não é a solução para os problemas econômicos e políticos do
país. Apenas 35% acham a cassação do mandato da presidenta Dilma Rousseff
resolve os problemas.
A pesquisa também apontou que, embora 57% dos entrevistados sejam
a favor do impeachment, 50% acreditam que a oposição está sendo oportunista e
se aproveitando do desgaste do governo para tirar Dilma do poder, sem pensar
que isso pode aumentar as dificuldades do Brasil. Também chama atenção o
alto índice de reprovação ao vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), líder do
golpe. 61% dos entrevistados avaliam Temer negativamente e, para 49% dos
entrevistados, o processo de impeachment que está tramitando no Congresso
Nacional é vingança do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara
dos Deputados.
Já o ex-presidente Lula, apesar do massacre midiático que vem
sofrendo nos últimos meses, continua sendo avaliado como o melhor
presidente que o Brasil já teve. Essa é a avaliação de 45% dos entrevistados.
Em fevereiro esse índice de 40% e em dezembro de 2015, de 44%. O segundo
colocado é FHC, com 15%.
Para o presidente Nacional da CUT, Vagner Freitas, os resultados
da pesquisa mostram que os brasileiros estão absolutamente divididos quanto ao
processo de impeachment e sabem que as questões mais importantes para a classe
trabalhadora, como reaquecimento da economia e geração de emprego e renda não
serão resolvidas pelos golpistas. Muito pelo contrário, vão piorar.
“Numa sociedade democrática, sem apoio social, nenhum deputado ou
senador embarcaria na aventura de cassar o mandato de uma presidenta eleita
democraticamente que não cometeu nenhum crime.” Para Vagner, os/as
trabalhadores/as e a sociedade em geral, querem mudanças na agenda da economia,
geração de emprego decente, manutenção de programas sociais e não propostas
como as que vêm sendo feitas pela oposição, como acabar com a valorização do
salário mínimo e a reforma da previdência. “A turma do Temer só fala em arrocho
salarial e sacrifício para a classe trabalhadora. E isso os trabalhadores não
vão concordar nunca.”
A pesquisa CUT/Vox Populi mostra que a divisão dos brasileiros em
torno da possível cassação do mandato de Dilma não está apenas nos que são pró
e contra o impeachment ou quanto aos benefícios ou prejuízos do golpe para o
Brasil, para a classe trabalhadora e toda a sociedade. Os brasileiros estão
divididos também quanto ao oportunismo dos parlamentares, quanto ao
comportamento do “quanto pior melhor”, que o senador Aécio Neves (PSDB-MG)
adotou desde que perdeu as eleições no ano passado e quanto à insegurança sobre
o futuro do país.
Oportunismo da oposição
Metade da sociedade, exatos 50% contra 45% registrado em dezembro
de 2015, acredita que a oposição está sendo oportunista, se aproveitando do
desgaste do governo com a crise econômica para tirar Dilma do poder. Isso, sem
pensar que o golpe vai aumentar as dificuldades do Brasil. Já 41%, contra 39%
de dezembro, acham que a oposição está apenas fazendo seu papel e que a saída
de Dilma vai ajudar o Brasil a resolver seus problemas.
Aumentou também o percentual dos que criticam o oportunismo de
Aécio e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Para 57% dos brasileiros,
Aécio e FHC só pensam nos seus próprios interesses quando apoiam o impeachment,
pois não aceitaram a derrota eleitoral de 2014 e querem assumir o poder a
qualquer custo – em dezembro o índice era de 49%. Outros 33% acham que eles
estão pensando no Brasil e fazendo o que é correto – em dezembro o percentual
era de 34%.
Ao contrário da certeza absoluta dos grandes meios de comunicação,
a população está dividida e não sabe se Dilma será ou não afastada do cargo na
votação do impeachment. O percentual dos que acreditam que Dilma será cassada é
exatamente igual aos dos que não acreditam nesta possibilidade - 44%. Outros
12% não souberam ou não responderam a pergunta ‘Dilma sofrerá um impeachment?’.
Em dezembro de 2015, 46% não acreditavam no impeachment contra 39% que
acreditavam que Dilma seria cassada.
A maneira distorcida como a mídia trata o processo de impeachment
também parece confundir a população. Metade dos brasileiros não sabe que para
cassar um mandato é preciso haver um crime e que só provando que Dilma cometeu
um crime, o Congresso Nacional poderia iniciar o processo.
E, mais uma vez, a pesquisa CUT/Vox Populi revela que a crise
econômica reflete na opinião da população sobre a cassação da
presidenta. Para 50% dos brasileiros, o fato de Dilma não fazer um bom
governo justifica o impeachment. Para 43% dos entrevistados, não é razão para
golpe o governo ser ruim.
Para 45% dos entrevistados, a presidenta Dilma sairá fortalecida
se não houver impeachment. Para 29% enfraquecida e para 20%, fica igual está
agora. Os percentuais são muito parecidos com os de dezembro de 2015, como
mostra relatório anexo.
A desinformação causada pela mídia que tem interesse no golpe e
age como partido político distorce a história e confunde a população. Por isso,
36%, o impeachment é anti-democrático, é um golpe. Para 52% não é um golpe.
Para o presidente da CUT, esses dados reforçam o papel manipulador
da mídia.
AVALIAÇÃO DE MICHEL TEMER, O
VICE-PRESIDENTE, UM DOS CHEFES DO GOLPE
61% dos entrevistados avaliam Temer negativamente e 33%
positivamente. Em dezembro de 2015 a avaliação negativa era de 47% e a positiva
de 41%.
VINGANÇA DE CUNHA
Para 49% dos entrevistados o processo de impeachment é vingança do
deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, réu em
processo no Supremo Tribunal Federal. 28% discordam desta afirmação, 13% não
concordam nem discordam e 10% não souberam ou não quis responder.
NORDESTE CONTRA O IMPEACHMENT
O maior percentual de pessoas contra o golpe foi registrado no
Nordeste, onde 54% são contra e 40% favoráveis. Já no Centro Oeste/Norte foi
registrado o maior percentual a favor do golpe – 65% a favor e 28% contrários.
Em seguida, veem Sudeste, com 63% a favor e 32% contra; e, Sul, com 62% a favor
e 33% contra o golpe.
PESQUISA
Os dados são da pesquisa feita pelo Instituto CUT/Vox Populi, que
foi às ruas entre os dias 9 e 12 de abril avaliar sentimentos e opiniões dos
brasileiros do campo e da cidade, a respeito do processo de impeachment contra
a presidente Dilma que deve ser votado no próximo domingo, dia 17, na Câmara
dos Deputados, e, se aprovado, seguir para o Senado.
Foram ouvidas 2 mil pessoas com idade superior a 16 anos, em todos
os estados, exceto Roraima, e no Distrito Federal, de áreas urbanas e rurais
de 118 municípios das regiões Centro Oeste/Norte, Nordeste, Sudeste
e Sul.