247 – Sempre
que parar para abastecer seu carro, lembre-se: você estará ajudando Michel
Temer a pagar pela compra dos deputados que o salvaram na sessão de ontem no
Congresso Nacional.
Um levantamento feito pelo jornal Valor Econômico aponta que a
vitória de Temer custará pelo menos R$ 13,2 bilhões, entre emendas e outros
favores concedidos aos setores que os parlamentares representam, como o
ruralista.
É mais do que os R$ 10 bilhões que serão arrecadados com o
tarifaço na gasolina, que produziu o maior aumento dos combustíveis nos últimos
13 anos.
Embora o pretexto para o golpe fosse a questão fiscal, Temer já
estourou a meta de rombo de R$ 139 bilhões e, provavelmente, terá que aumentar
outros impostos. É também possível que a meta seja revista para cerca de R$ 170
bilhões.
"A vitória obtida ontem pelo presidente Michel Temer na
Câmara dos Deputados teve um custo alto para os cofres públicos e doerá no
bolso do setor privado. Apenas três iniciativas de um "pacote de
bondades" recente para agradar aos parlamentares - a liberação de emendas,
o refinanciamento de dívidas de produtores rurais e o aumento dos royalties da
mineração - somam uma conta de R$ 13,2 bilhões. O enfraquecimento político do
governo também pode gerar frustrações na arrecadação federal, com um atraso na
reoneração da folha de pagamento e mudanças no projeto do Refis", diz a reportagem
de Daniel Rittner e Fernando Torres.
"Mais de 95% dos R$ 4,15 bilhões dos empenhos de emendas
parlamentares ocorreram entre junho e julho. O período coincide com as vésperas
da votação da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR)
contra Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, logo em seguida, no
plenário da Câmara. Nos primeiros dois dias de agosto, o valor empenhado supera
toda a liberação de janeiro a março."