Estudo elaborado pelo Centro de
Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos aponta que o Nordeste
brasileiro pode sofrer com um novo surto de Zika de grandes proporções ao longo
de 2017. O Zika já foi considerado uma emergência global pela Organização
Mundial de Saúde (OMS), após o nascimento de milhares de crianças com microcefalia
desde meados de 2015, com destaque para a Região Nordeste.
“Havia uma percepção de que
a maioria da população estaria imune ao vírus após o primeiro surto, mas agora
isso caiu por terra. Devemos acender o alerta”, disse o
membro do Comitê Técnico de Arboviroses do Ministério da Saúde, Carlos Brito,
em entrevista à BBC Brasil.
Segundo as primeiras pesquisas, o vírus Zika terá capacidade de
afetar cerca de 80% das pessoas, o que levou a ponderação de que parte da
população estaria imune ao vírus. “Aquele
estudo tinha muitas lacunas de metodologia e de amostra. Com base na nossa
observação cotidiana dos casos já percebíamos que aqueles dados não eram
coerentes”, destacou o médico. Os novos dados apontam que cerca de
49% de uma determinada população é afetada em um primeiro contato.
“Esse resultado significa que metade da população entrou em
contato com o vírus e a outra metade ainda está exposta. O medo agora é que em
2017 ou 2018 possamos ter um retorno da doença para esses 50% que ainda não
foram atingidos”, afirma Brito.
“E ainda não temos
evidências concretas de que as pessoas que já foram infectadas ficam realmente
imunes. É o que geralmente acontece com as arboviroses (doenças transmitidas
por mosquitos), mas ainda não há certeza no caso do Zika”, completou.