Já se passaram quase dez meses das eleições presidenciais e o senador Aécio Neves (PSDB-MG), estimulado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, continua tentando passar por cima
da vontade das urnas, sem se preocupar com o fato de que a guerra política prejudica a economia; postura do PSDB já causa impaciência na elite empresarial; neste domingo, o presidente do Itaú-Unibanco, Roberto Setubal, criticou aqueles que buscam apenas o poder, e não pensam no país; também neste fim de semana, Maílson da Nóbrega, da Tendências Consultoria, defendeu o respeito à democracia; outro líder empresarial, Robson Andrade, da Confederação Nacional da Indústria, já havia afirmado que o resultado das urnas deve ser respeitado; se o PSDB já teve a marca da moeda estável, o que hoje caracteriza o partido é a promoção da instabilidade política, provocada por sua obsessão golpista.
Durante muitos anos, o PSDB conseguiu preservar uma marca: a do partido que estabilizou a moeda e encerrou o ciclo inflacionário no País, graças ao sucesso do Plano Real.
No entanto, aos poucos, o partido começa a ganhar um outro carimbo, o de uma agremiação golpista e incapaz de se submeter à soberania das urnas.
Passados praticamente dez meses das eleições presidenciais, o PSDB, sob o comando do senador Aécio Neves(PSDB-MG) e o incentivo permanente do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ainda tenta questionar o resultado das urnas, passando por cima dos 54 milhões de votos que reelegeram a presidente Dilma Rousseff, em outubro último.
Nessa sanha golpista, o PSDB já fez de tudo: apresentou várias ações no Tribunal Superior Eleitoral e chegou até a questionar a segurança das urnas eletrônicas. O mais novo capítulo dessa guerra sem fim é o pedido para que a procuradoria-geral da República abra uma investigação contra a campanha da presidente Dilma Rousseff (saiba mais aqui).
O problema é que a elite empresarial do País já começa a se impacientar com o golpismo tucano. A defesa mais contundente da legitimidade do mandato da presidente Dilma Rousseff foi feita neste domingo pelo banqueiro Roberto Setubal, do Itaú-Unibanco, que também mandou um recado para a oposição. "O que está faltando é discutir o país. Há uma grande discussão sobre poder e pouca discussão sobre o país. Precisamos debater quais as reformas necessárias para que o país possa se recuperar. Só estou vendo muita discussão de poder pelo poder", afirmou (saiba mais aqui).
Também neste fim de semana, o ex-ministro Maílson da Nóbrega, sócio da Tendências Consultoria, se posicionou contra o golpe. "Há forte percepção de que Dilma não está envolvida pessoalmente em corrupção", disse ele. "O PT perdeu apoio da opinião pública, mas preserva certa capacidade de articulação e conta com uma aguerrida militância. O processo de impeachment seria muito mais demorado e traumático, com repercussões de elevada gravidade na confiança dos agentes econômicos, incluindo os investidores estrangeiros, e custos elevados para a atividade econômica e o emprego".
Antes dos dois, Robson Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria, mesmo fazendo críticas aos rumos do governo, havia defendido o respeito às urnas. O que fica claro, cada vez mais, é que o PIB está perdendo a paciência com o golpismo tucano, que prejudica a economia e, consequentemente, seus negócios.