sexta-feira, 24 de março de 2017

Maranhão tem três empregadores na ‘lista suja’ do trabalho escravo; veja a lista completa


Depois de meses de disputa judicial, o Ministério do Trabalho divulgou a chamada “lista suja” do trabalho escravo. São 68 empregadores acusados de manter trabalhadores em condições análogas à escravidão.

Do total de empresas, 28 são fazendas. O imbróglio judicial se arrastou por pelo menos dois anos. Uma ação da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) questionou a lista suja no Supremo Tribunal Federal (STF), em dezembro de 2014.

No início de fevereiro, o juiz Rubens Curado Silveira, da 11.ª Vara do Trabalho de Brasília, manteve liminar que obrigava o governo federal a publicar em até 30 dias o Cadastro de Empregadores flagrados com mão de obra análoga à de escravo.


A Advocacia-Geral da União (AGU), no entanto, conseguiu no início de março, uma liminar do presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Filho, contra a decisão anterior do juiz de Brasília. O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, então, montou um grupo de trabalho para criar uma nova portaria.

A liminar do presidente do TST foi derrubada por decisão de outro ministro da mesma Corte e levou o governo a publicar a lista ontem à noite.

Maranhão
O Maranhão aparece na ‘lista suja’ do trabalho escravo com três empregados. No total foram 11 trabalhadores que estavam em condições análogas às de escravos.

Na Fazenda Sara, de propriedade de Alexandre Vieira Lins, em Miranda do Norte, foram encontrados quatro trabalhadores; na Fazenda Grapia, em São Pedro da Água ranca, de propriedade de Antônio Calixto Santos, foi encontrado um trabalhador; e na obra da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em Imperatriz, de responsabilida de empresa Zurc-Saneamento Construções, foram encontrados 17 trabalhadores em condições análogas à de escravos.

A Zurc, de propriedade do empresários Antônio Fernando Silva e Cruz, era responsável pela obra da faculdade de Medicina da UFMA, em Imperatriz, e foi processada pelo MPT em 2016.

As investigações contra a Zurc começaram em 2014 pela Procuradoria do Trabalho de Imperatriz. Segundo o procurador responsável pelo caso, Ítalo Ígo Ferreira Rodrigues, em ações fiscais realizadas de 11 a 21 novembro daquele ano, foram resgatados 17 operários submetidos ao regime semelhante ao de escravidão. Na ocasião, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) lavrou 29 autos de infração e interditou o alojamento e equipamentos como andaimes, betoneira e policorte.

A operação flagrou inúmeras irregularidades no canteiro de obras e nos alojamentos, como o não fornecimento de água potável, problemas no local destinado às refeições e nas instalações sanitárias, o não fornecimento de equipamentos de proteção, bem como a inobservância de outras normas de saúde e segurança.

Os trabalhadores estavam alojados em barracões junto com ferramentas e materiais utilizados na construção. As paredes eram improvisadas com tábuas, sem qualquer privacidade e expondo os trabalhadores a intempéries, insetos e poeira. Não havia também armários individuais e nem camas: cada operário tinha que providenciar sua própria rede, lençol e ventilador.

No refeitório, a mesa era improvisada com três tábuas dispostas uma ao lado da outra, fixadas em barrotes de madeira. O local não tinha paredes, lavatório e lixeira. Para aquecer as refeições fornecidas durante os dias de trabalho e cozinhar aos domingos, os homens fizeram um fogareiro utilizando lata e argila.

A água utilizada para consumo humano era colhida de uma torneira e não passava por nenhum processo de filtragem. O empregador também não fornecia copos individuais ou descartáveis. “Os trabalhadores eram obrigados a utilizar o mesmo copo ou a tampa de garras térmicas ou então bebiam diretamente da boca da garrafa”, acrescenta o relatório.

No canteiro de obras, não havia vestiário e nem lavanderia e os banheiros eram inadequados. “As condições das instalações sanitárias disponibilizadas, além de vergonhosas, são insalubres e indignas”, lamentou o procurador Ítalo Ígo Ferreira Rodrigues. Os gabinetes sanitários estavam sem portas e os banheiros sem chuveiro, além da ausência de lixeiras, de material para enxugo das mãos e papel higiênico.


Confira a ‘lista suja’ do trabalho escravo








Força Tarefa encontra 800 facas, dois revólveres e 200 celulares em Alcaçuz no RN


Os agentes penitenciários que compõem a Força Tarefa de Intervenção Penitenciária – ação que vem sendo realizada na Penitenciária Estadual de Alcaçuz desde o fim das rebeliões de janeiro – concluíram nesta quinta-feira (23) a chamada ‘Operação Fênix’. Durante quatro dias foram feitas revistas dentro dos três pavilhões da unidade. Resultado: foram encontrados e apreendidos cerca de 800 facas, aproximadamente 200 aparelhos celulares, dois revólveres, munições, chips de telefone, pendrives, cartões de memória, carregadores e drogas, como maconha, cocaína e crack. Alcaçuz fica em Nísia Floresta, cidade da Grande Natal.

As buscas só foram possíveis após a transferência de 800 detentos dos pavilhões 1, 2 e 3 para o presídio Rogério Coutinho Madruga, mais conhecido como Pavilhão 5 de Alcaçuz. “Todo o material apreendido foi entregue à Polícia Civil, que vai fazer os procedimentos legais necessários”, disse o agente federal de execução penal Francisco Klenberg Batista, um dos coordenadores da operação.
A Secretaria de Justiça e da Cidadania (Sejuc), responsável pelas unidades prisionais do estado, informou que também vai instaurar uma sindicância para tentar identificar os responsáveis pela entrada do material na penitenciária.

Massacre
A transferência dos presos de Alcaçuz para o Rogério Coutinho Madruga foi feita na segunda-feira (20) como parte do processo de reconstrução da maior penitenciária do Rio Grande do Norte. Alcaçuz ficou completamente destruída após as rebeliões de janeiro. Durante 14 dias, membros de duas facções criminosas se digladiaram dentro da unidade. No final, pelo menos 26 presos foram mortos. Destes, 15 foram decapitados. O episódio ficou conhecido como ‘Massacre de Alcaçuz’ – o mais violento da história do sistema carcerário potiguar.
Quatros corpos, ainda não identificados, permanecem no Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep). A Polícia Civil investiga os autores da barbárie.
Reconstrução
"A partir de agora é iniciado o trabalho de reconstrução. As obras começaram na segunda-feira mesmo e, inclusive, já tem máquinas e pessoas trabalhando na área. Os internos que estavam nos pavilhões 1, 2 e 3 vão permanecer no Pavilhão 5 até que se encerre esse trabalho", destacou Batista.

Ele ressalta que os agentes da força tarefa do Departamento penitenciário nacional vão assegurar a segurança do pavilhão 5. "A força tarefa garante que não há possibilidade de confrontos. Os presos estarão separados e teremos efetivo suficiente de agentes para garantir a segurança na unidade ao longo de todo esse período".

MPRN divulga imagem de servidor que atirou em procurador e promotor


O Ministério Público do Rio Grande do Norte divulgou imagens do servidor Guilherme Wanderley Lopes da Silva, de 44 anos, apontado como suspeito de ter atirado no procurador-geral adjunto de justiça do estado Jovino Pereira Sobrinho e no promotor público Wendell Beetoven Ribeiro Agra. Ambos foram socorridos e passam por procedimentos cirúrgicos. O servidor fugiu e é procurado pela polícia. 
Os disparos foram feitos no final da manhã desta sexta-feira (24) dentro da sede do Ministério Público do Estado, que fica no bairro de Candelária, Zona Sul de Natal. Ainda segundo o MP, Guilherme invadiu uma reunião no segundo andar do prédio e efetuou os disparos.
Após os disparos, o servidor fugiu em um automóvel Polo de cor prata. Na fuga, o suspeito também efetuou disparos no estacionamento. Pelo menos cinco tiros foram ouvidos, mas não houve novos feridos.
Nem o Ministério Público nem a Polícia Militar sabem explicar o que teria motivado o atentado.
O promotor Wendell Beetoven, que durante muitos anos atuou na Promotoria de Investigação Criminal e Combate ao Controle Externo da Atividade Policial, atualmente estava lotado na sede da Procuradforia Geral de Justiça, atuando como coordenador jurídico.
Feridos
Segundo o MP, o procurador adjunto, que foi atingido duas vezes no abdômen, foi levado para o Pronto-Socorro Clóvis Sarinho. Ele já deu entrada no Centro Cirúrgico. Já o promotor Wendell Beetoven, que foi baleado nas costas, recebeu os primeiros atendimentos ainda no local, mas também já foi levado para o hospital.
Investigação
Delegado do 5º Distrito Policial, René Lopes disse ao G1 que vai iniciar as investigações ouvindo testemunhas. “O local foi preservado e a equipe do Itep (Instituto Técnico-Científico de Polícia) vai trabalhar no local”, relatou. Ainda de acordo com o delegado, o servidor usou um revólver, mas ainda não há informações se ele teria porte ou posse de arma de fogo.


Polícia prende quadrilha especializada em roubo de combustível


A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP) apresenta, nesta sexta-feira ( 24), às 10h, o resultado da “Operação Colombo” que desarticulou uma quadrilha que roubava e comercializava ilegalmente combustível no interior do Maranhão.

A operação foi desenvolvida pela Superintendência Estadual de Investigação Criminal (Seic), por meio do Departamento de Combate ao Roubo de Cargas,  nas cidades de Itapecuru-Mirim, Anajatuba, Coroatá, Barra do Corda e Codó. A ação contou com o apoio operacional das Delegacias Regionais de Codó e Barra do Corda.

No total, foram presas 12 pessoas suspeitas de furto qualificado, compra, distribuição, venda ilegal de combustíveis e formação de quadrilha.

Na cidade de Itapecuru foram presos Kennedy Araújo Soares, de 42 anos, José Aldo Rodrigues Santana, de 45 anos, Romário Licar Freire, de 27 anos,  Hailson Ribeiro de Lemos, Ednaldo de Jesus Mendonça e Gheckson Ferreira dos Santos, de 33 anos.

Ademilton Borges de Sousa e Jaciel Coelho Mota foram presos na cidade de Codó. Os demais foram identificados como João Batista Silva Santos, de Coroatá; Francisco Nem da Silva, de Barra do Corda; Antônio Ramos da Silva, de 61 anos, de Tuntum; Tatiana Lisboa Gama, de 25 anos, de Anajatuba.

Além das prisões dos envolvidos nesse esquema criminoso, os policiais apreenderam 1.500 litros de combustível e dois Caminhões Tanque contendo 75 mil litros de combustíveis.

A entrevista coletiva será realizada no Auditório Leofredo Ramos, na sede da Secretaria de Segurança, no Outeiro da Cruz.