O prefeito do município de Paulo Ramos,
Tancledo Lima Araújo, foi preso nas primeiras horas da manhã desta terça-feira
(5) em realizada pela Polícia Civil, por intermédio da Superintendência
Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção (Seccor). Essa é mais uma etapa da
operação de combate à corrupção que tem focado em gestores públicos envolvidos
em desvios de recursos públicos em esquemas com agiotas.
Foram presos também Joaquim Lima Araújo
(Secretário de Administração e irmão do prefeito), os empresários Moussa Esber
Mansour, George Esber Mansour e Geovani Carla de Freitas Costa Mansour, além de
José de Alencar Miranda (pai do agiota Gláucio Alencar), que esteve preso
recentemente por acusação de envolvimento no assassinato do jornalista Décio
Sá. Todos são acusados de formação da organização criminosa que fraudava
licitações.. Joaquim Lima Araújo é conhecido como “Quincas Araújo”, ex-deputado
estadual.
Todos os acusados estão presos preventivamente. As prisões foram determinadas pelo desembargador Raimundo Melo.
Todos os acusados estão presos preventivamente. As prisões foram determinadas pelo desembargador Raimundo Melo.
A polícia está à procura ‘Eduardo DP’,
acusado de envolvimento em esquemas de agiotagem. Ele é considerado foragido da
Justiça. Eduardo DP já foi alvo de outras operações de combate à agiotagem.
Cheques da prefeitura encontrados com agiotas
Cheques da prefeitura encontrados com agiotas
A investigação teve origem a apreensão
de cheques da Prefeitura de Paulo Ramos, durante a Operação Detonando que
investigou a morte do jornalista Décio Sá. À época, a polícia apreendeu vários
cheques da prefeitura com o agiota Gláucio Alencar e o seu pai José Miranda.
Durante a investigação, a polícia
descobriu outros crimes do prefeito, como fraude em processos licitatórios
ligados à merenda escolar.
Em 2015, o prefeito Tancledo Lima foi alvo da ‘Operação Bocage’, por
acusação de envolvimento com agiotagem. À época, a polícia teve acesso a
anotações indicando altos valores, oriundos de fornecimento de merenda escolar,
medicamento e aluguel de máquinas pesadas. Os fornecimentos teriam sido para a
prefeitura de Paulo Ramos e para o próprio prefeito.
Contratos fraudulentos
A polícia informou que a prefeitura de
Paulo Ramos firmou contratos com várias empresas utilizadas pelo esquema de
agiotagem, totalizando um montante de desvios de R$ 2 milhões. Foram encontrados
contratos com as empresas Rio Anil Locações, pertencente a Eduardo DP, o
‘Eduardo Imperador’, no valor de 600 mil reais; JS Silva, controlada por
Gláucio Alencar e por membros da família Mansour, em nome de uma já pessoa
falecida, no valor de 986 mil reais; e PGA Martins, pertencente a Fábio Brasil
(assassinado em Teresina/PI), mas usada por Gláucio Alencar em licitações
fraudulentas, no valor de 430 mil reais. Foram encontrados comprovantes de
transferências de 149 mil reais da conta da prefeitura para a PGA Martins.