247 - Estudo
coordenado pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) aponta que o
Brasil alcançou a marca de 3,65 adolescentes entre 12 e 18 anos assassinados
para cada grupo de mil jovens.
O número é o mais alto desde que começou a ser medido, em 2005.
O IHA (Índice de Homicídios na Adolescência) engloba os 300 municípios
brasileiros com mais de 100 mil habitantes e se baseia nos dados do ano de 2014
do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde.
O trabalho é uma parceria com o Ministério dos Direitos Humanos
do Brasil, o Observatório de Favelas e o Laboratório de Análise da Violência,
da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).
"Este valor é elevado. Uma sociedade não violenta deveria
apresentar valores não muito distantes de zero e, certamente, inferiores a
1", explicam os autores.
Conforme a pesquisa, os assassinatos dos adolescentes no Brasil
vêm subindo de forma contínua desde 2012. Em 2011, registrou 2,8; em 2012, 3,3;
em 2013, 3,4, até alcançar o nível atual. No início da série, em 2005, o IHA
era de 2,8. Seu valor mais baixo foi de 2,6, nos anos de 2007 e 2009.
O futuro do Brasil, representado por esses jovens, está em
risco, alertam: "Essa alta incidência de violência letal significa que, se
as circunstâncias que prevaleciam em 2014 não mudarem, aproximadamente 43 mil
adolescentes serão vítimas de homicídio no Brasil entre 2015 e 2021, apenas nos
municípios com mais de 100 mil habitantes".