Do Mais Goiás, em Goiânia
Cinco anos e quatro meses foi o tempo
que uma professora particular de matemática conseguiu esconder dentro de um
apartamento na Rua T-38, no Setor Bueno, em Goiânia, o corpo de uma filha que ela
mesma matou. Ao confessar o crime, Márcia Zaccareli alegou ter tirado a vida da
recém-nascida por ter engravidado durante um relacionamento extraconjugal.
O corpo só foi descoberto na manhã de
ontem (9) porque o ex-marido de Márcia, que é servidor aposentado do Tribunal
Regional Eleitoral (TRE), ajudava a reformar o apartamento em que o casal
morava para vendê-lo. "Ao estranhar o peso de uma caixa de papelão que
estava debaixo de vários brinquedos no escaninho do apartamento, ele resolveu
abri-la e, quando furou o saco, se assustou com o mau cheiro, ocasião em que
acionou a polícia", relatou a delegada Ana Cláudia Stoffel, adjunta da
Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH).
Levada para a delegacia, Márcia contou
que escondeu a gravidez de familiares e amigos e que deu à luz por meio de uma
cesária em um hospital particular de Goiânia no dia 15 de março de 2011, fato
que já foi confirmado pela delegada. Após o parto, ainda de acordo com a
professora, ela levou a filha para o apartamento e a matou asfixiada.
Em seguida, Márcia disse que embalou o
corpo em vários sacos plásticos, enrolou em cartolina e colocou dentro de
caixas de papelão. "Ela nos disse que escondeu a filha na caixa durante
cinco dias no armário do quarto, mas depois a levou para o escaninho, onde
ficou até ontem", explicou a delegada.
O crime, ainda conforme teria relatado
a professora à polícia, foi cometido porque o então marido dela era operado e
não podia ter filhos. "A investigação está no início, já sabemos que os
dois tinham uma relação conturbada. A princípio, a história relatada por ela
convence, mas de qualquer forma vamos apurar se mais alguém participou ou sabia
desse crime", concluiu Ana Cláudia.
Inicialmente, Marcia Zaccareli foi
autuada em flagrante por ocultação de cadáver, mas será indiciada também por
homicídio. Ao ser apresentada à imprensa com uma toalha tampando o rosto,
segundo a delegada para não expor outra filha dela que tem 12 anos, a
professora não respondeu as perguntas formuladas pelos repórteres.