A bebê que se chamaria Laura morreu na barriga da mãe, Suzanny Cristina Rosa Santana, que reside no Sítio Natureza, em Paço do Lumiar, nas proximidades do local onde foram assassinados dois funcionários da Cemar, na manhã de terça-feira (15). No momento dos disparos, Suzanny, com 9 meses de gestação, assustou-se. Por volta de 14h, ela passou a sentir fortes dores e a perder líquido amniótico.
De imediato, ela foi levada para a maternidade de São José de Ribamar. Chegando lá, segundo um irmão de Suzanny, o médico obstetra que a atendeu pediu para que fosse feito uma ultrassom. Ela teve que voltar ao Maiobão pra fazer o ultrassom, pois lá não fazem o exame.
“Ela fez o ultrassom e a médica disse pra ela correr para maternidade para se internar. E assim ela fez, ela voltou para maternidade de Ribamar e comunicou ao médico. Ele a examinou e disse que ela teria que fazer um parto cesária porque ela nao tinha perdido o tampão ainda, o utero estava fechado ainda”, disse o irmão de Suzanny.
Ele acrescenta que o médico informou que eles não tinham o suporte para fazer o parto e que lá só tinha ele de medico e o restante eram todos acadêmicos, e que ele não confiava. “Ele s faria o parto se tivesse outro obstetra junto com ele. Então ele entrou em contato com a Marly Sarney e pediu um leito e uma ambulância pra fazer a transferência dela porque a gravidez era de alto risco”, acrescentou.
Segundo ele, a ambulância só foi chegar por voltas das 19h e que, chegando na Marly Sarney, ela não foi antendida logo e ficou numa fila, onde tinha mais quatro pessoas na frente, mesmo com eles sabendo o risco que ela corria e a bebê também, pois ainda estava viva.
Por volta de meia-noite, Suzanny foi transferida para a Maternidade Benedito Leite porque não tinha mais leito para ela. “Quando ela chegou na Benedito Leite, o médico que avaliou ela foi auscultar os batimentos da bebê e ela ja estava morta, e eles mandaram ela de volta para Marly Sarney, onde eles começaram a aplicar soro nela pra induzir o parto normal, ja com a bebê morta. Teve troca de plantão e ninguem resolvia nada”, relata o irmão de Suzanny.
O parto, finalmente, foi realizado por volta de 11h desta quarta-feira (16). “Houve negligência de todos os médicos, principalmente do que a recebeu, quando ela foi encaminhada a São José de Ribamar, pois sabia da gravidade da situação, não atendeu logo e ainda transferiu ela pra outra maternidade. Se ela tivesse sido atendida assim que chegou, eu tenho certeza que a bebê estaria aqui em nossos braços agora”, desabafa o irmão de Suzanny.
O corpo da bebê Laura foi liberado somente por volta de 17h. O pai, Pablo Gutielly Ramos Abreu, decidiu fazer o sepultamento de imediato, pois não teria sentido fazer o velório sem a presença da mãe, que continua internada.
A bebê foi sepultada, no início da noite, no cemitério J. Câmara, em Panaquatira, no município de São José de Ribamar.