Por John Cutrim
Para quem não lembra, a vinda de Eike
Batista ao Maranhão foi patrocinada pela então governadora Roseana Sarney em
março de 2009, após o golpe judicial que tirou Jackson Lago do poder. Eike e
Roseana venderam a promessa de um falso “eldorado”, que surgiria da exploração
de gás e petróleo em municípios paupérrimos do estado, como Capinzal do Norte,
Trizidela do Vale e Santo Antônio dos Lopes, entre outros.
Só que tudo não passou de mais um
engodo da família Sarney. A exemplo da Refinaria da Petrobras em Bacabeira, que
não saiu do papel, do golpe do pólo têxtil de Rosário, que levantou 24 milhões
de dólares de empréstimos da SUDENE junto ao BNB e enganou cerca de 4 mil
homens e mulheres humildes da região do Munin; e da Usimar, que contou com o
decisivo apoio da governadora Roseana Sarney.
O Conselho Deliberativo da SUDAM
aprovou um projeto no valor global de U$ 1,38 bilhão e liberou uma parcela
inicial de 44 milhões de dólares para a instalação de uma fábrica de autopeças
no Distrito Industrial de São Luís. A empreiteira Planor construiu um barracão
no local, o empreendimento nunca saiu do papel e o dinheiro liberado
desapareceu.
O embuste do clã voltou a ocorrer no
Maranhão com a tal reserva de gás em Capinzal do Norte e Santo Antônio dos
Lopes, o que seria a salvação/redenção do Maranhão. Festejado pelos Sarneys que
as empresas de Eike (OGX E EBEX) haviam descoberto a ‘meia Bolívia’ de gás
natural no interior do Maranhão, o empresário foi incensado e promovido a
semideus por José Sarney, Roseana e integrantes do seu grupo, mas logo viu seu
império cair. Nada de exploração de gás no Maranhão e os milhares de empregos
que seriam gerados não passaram de fantasia. Ficou a miséria dos maranhenses
enganados por Eike e o grupo Sarney.
DOAÇÕES SUSPEITAS
Vale destacar que o empresário Eike
Batista figura como um grande doador de campanhas eleitorais. Entre os
beneficiados a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), que recebeu R$ 1,5 milhão
para suas campanhas eleitorais. A Polícia Federal deve investigar os repasses
suspeitos.
De acordo com dados do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), Eike destinou, em 2010, R$ 500 mil à campanha de
Roseana ao governo do Maranhão.
Antes, no ano de 2006, o PFL (atual
DEM) do Maranhão, que tinha à frente Roseana Sarney, obteve R$ 1 milhão.