Com
quase 50 mil habitantes, os eleitores de Jales (SP) não terão muito trabalho
para escolher o candidato a prefeito nas eleições de outubro. Mas não é porque
o candidato é unanimidade no município, na verdade é por falta de opção. Na
cidade haverá candidato único para o principal cargo do Executivo. No Brasil, quase 100 cidades
terão apenas um candidato.
Se em Jales não haverá divisão de votos
entre os candidatos, nas ruas, os eleitores estão divididos com a questão de
ter apenas um candidato. Para o comerciante Carlos Roberto Lopes, de 53 anos, é
melhor ter um candidato só. “Se o candidato for bom, ele vai acabar sendo
eleito mesmo. E com uma candidatura apenas tem menos gastos e será possível
fiscalizar melhor o candidato”, afirma.
Já o comerciante Reinaldo Ferreiro da Silva, 38
anos, um candidato apenas a prefeito não é bom para a democracia e acaba
tornando a eleição sem sentido. “Não é bom ter um candidato, é preciso ter
outros candidatos, propostas diferentes, estilos de governar diferentes. Isso
não é democracia”, afirma.
Além de Jales, outras seis cidades da região
noroeste paulista terão apenas um candidato. Jales é a maior deste grupo, com
quase 50 mil moradores. Por ter um colégio eleitoral grande, em tese deveria
ter mais candidatos. Mas para outubro, apenas Flávio Prandi (DEM) irá
concorrer. Para ele, o que falou mais alto foi a união de todos os setores da
cidade. “Jales vive uma crise política desde 2000, com morte de prefeito, de
vice-prefeito, cassação. A cidade não se recuperou, na última eleição a
prefeita ganhou e foi cassada. A crise política é longa e se agravou pela crise
econômica no país. Então entendemos que uma grande união podia sensibilizar o
governo do estado e o federal para chamar atenção ao nosso problema”, afirma o
candidato.
Jales tem 37 mil eleitores, que nesta eleição
municipal não vão ter opção de escolha. Flávio já foi vereador e disputou
outras duas vezes para prefeito e perdeu nas duas. Desta vez, as alianças
políticas garantiram o resultado antecipado do pleito. “Estamos tendo uma
discussão ampla com todos, aceitando todas as ideias, para realmente
reconstruir a cidade, a campanha vai continuar, vou visitar as pessoas, ouvir
as ideias, acatando as boas ideias”, diz.
'Maior
responsabilidade'
Para o candidato de Valentim Gentil, Adilson Guerra (PSDB), o fato de ser o único faz com que a responsabilidade fique ainda maior. “A responsabilidade é muito grande, e vamos lutar para ter a maior quantidade de votos possíveis. Entendemos que o voto nos dá força para buscar soluções para o município”, afirma.
Para o candidato de Valentim Gentil, Adilson Guerra (PSDB), o fato de ser o único faz com que a responsabilidade fique ainda maior. “A responsabilidade é muito grande, e vamos lutar para ter a maior quantidade de votos possíveis. Entendemos que o voto nos dá força para buscar soluções para o município”, afirma.
Valentim Gentil tem 12 mil moradores e 9,4 mil
eleitores. Se Adilson votar nele mesmo e os outros mais de 9 mil não, mesmo
assim ele ganha. Ele já esteve à frente do Executivo entre 2009 e 2012 e se diz
surpreso com a falta de concorrentes. “A candidatura única foi surpresa, achei
que teria adversário, no último momento que ficou definido que não teria
candidato da oposição. Não foi feita nenhuma aliança, eles (oposição) até
lançaram chapa para vereadores e a gente também. Somos independentes”, afirma.
O que diz a
Justiça
Para o juiz eleitoral Adilson Balloti, da comarca de Jales, é possível que os partidos façam reunião e lancem apenas um candidato para a eleição. “A legislação eleitoral estabelece que é considerado eleito o candidato que obtenha a maioria dos votos válidos, portanto não entra na conta os votos em branco e nulos. Assim em candidatura única se ele tiver um voto ele já é eleito”, afirma.
Para o juiz eleitoral Adilson Balloti, da comarca de Jales, é possível que os partidos façam reunião e lancem apenas um candidato para a eleição. “A legislação eleitoral estabelece que é considerado eleito o candidato que obtenha a maioria dos votos válidos, portanto não entra na conta os votos em branco e nulos. Assim em candidatura única se ele tiver um voto ele já é eleito”, afirma.
Segundo o juiz, a representatividade da população
estará na quantidade de votos que o candidato conquiste durante o pleito. “Em
caso de candidatura única é importante o candidato buscar o apoio da população
também, expor o plano de governo e se tiver uma boa votação ele terá maior
representatividade e com isso ele entende que a população o apoiou para ser
prefeito”, diz o juiz.
De acordo com informações do site do TSE, Tribunal
Superior Eleitoral, as cidades de Alto Alegre(SP), Brejo Alegre (SP), Mira Estrela (SP), Santópolis do
Aguapeí (SP), Orindiúva (SP), Valentim Gentil (SP), e Nova Granada (SP) também terão apenas
um candidato, segundo informações até esta sexta-feira (26).