Constança Rezende ,
O Estado de S.Paulo
RIO - Os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Rio
(TCE-RJ) receberam propina para ignorar irregularidades em gestões municipais,
segundo Jonas Lopes, ex-presidente da corte. Em depoimento de delação premiada,
ele revelou um esquema de arrecadação digno de máfias italianas, que incluía
fidelidade na divisão da propina, lealdade aos “acordos” firmados por colegas e
acusações de traição.
Os
depoimentos de Lopes, e de seu filho, Jonas Lopes Neto, citam Macaé (litoral
norte), Duque de Caxias (Baixada Fluminense) e Niterói (região metropolitana).
As delações feitas à força-tarefa da Lava Jato no Rio, às quais o Estado teve
acesso, revelam a ramificação da corrupção além de editais de obras públicas no
Estado, como o Maracanã, durante a gestão Sérgio Cabral (PMDB), e envolvem
também prefeituras.
A Operação O
Quinto do Ouro, no fim de março, levou à prisão cinco dos sete conselheiros do
TCE-RJ e mais um conselheiro aposentado. Eles foram soltos por decisão judicial
na sexta-feira, 7. As defesas dos conselheiros negam as acusações. Ao deixar a
prisão, o conselheiro Marco Antônio Alencar disse que os dois delatores,
chamados de “bandidos”, induziram procuradores e Justiça ao erro.
Conforme o
relato de Lopes, o suposto esquema causou problemas entre os conselheiros. Um
desses casos envolveu um acordo que teria sido firmado com Riverton Mussi,
prefeito de Macaé de 2005 a 2013 pelo PMDB, e candidato a vereador pelo PDT no
ano passado. A cidade é a principal base de operações de exploração na Bacia de
Campos, cujos royalties turbinam o orçamento da prefeitura, de R$ 1,9 Bilhão para 2017.

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