A Polícia Federal, em conjunto com o
IBAMA e o Ministério Público, deflagrou nesta manhã (14/7) a Operação
Hymenaea*, com o objetivo de combater grupo criminoso ligado à extração e à
comercialização de grandes quantidades de madeira ilegal, provenientes da Terra
Indígena Caru** e da Reserva Biológica do Gurupi.
Mais de 300 policiais federais,
apoiados por servidores do IBAMA e por policiais do BOPE de Brasília e do Rio
de Janeiro, estão dando cumprimento a 77 medidas judiciais, sendo 11 mandados
de prisão preventiva, 10 mandados de prisão temporária, 56 mandados de busca e
apreensão, bem como à suspensão da certificação de 44 empresas madeireiras, nas
cidades de São Luís, Imperatriz, Buriticupu, Açailância, Zé Doca, Alto Alegre
do Pindaré, Bom Jardim, Governador Nunes Freire, todas no estado do Maranhão.
No Rio Grande do Norte: Tibau, Mossoró, Parnamirin e Natal, e em Capuí no
estado do Ceará.
A organização criminosa atuava
extraindo ilegalmente madeira das reservas indígenas. Esse material era
“esquentado” por meio de documentação fraudulenta para o transporte e retirada
das áreas protegidas. Um membro da quadrilha era o responsável por emitir
documentos destinados a microempresas laranjas, cadastradas como construtoras
em pequenas cidades no interior do Rio Grande do Norte. Essa manobra servia
para desviar a madeira para receptadores em todo o Nordeste brasileiro.
Os desmatamentos causaram danos
ambientais gigantescos no último reduto da floresta amazônica na região
nordestina. A organização criminosa fazia o corte seletivo de madeira nobre e
espécies ameaçadas de extinção, de forma a acobertar o crime sob a copa das
árvores de menor valor monetário. Segundo estimativas, o grupo teria
movimentado valores da ordem de R$ 60 milhões.
As autoridades sequestraram mais de
R$ 12 milhões de diversas pessoas físicas e jurídicas. Esses valores são
provenientes da lavagem do dinheiro auferido com a extração ilegal da madeira.
Os investigados responderão por
crimes como participação em organização criminosa, lavagem de capitais, roubo
de bens apreendidos, obstar a fiscalização ambiental, desmatamento na Terra
Indígena Caru, desmatamento na Reserva Biológica do Gurupi, receptação
qualificada, ter em depósito produto de origem vegetal sem licença válida,
corrupção ativa, tráfico de influência, dentre outros.
Será concedida entrevista coletiva,
às 11h, na delegacia de Polícia Federal, em Imperatriz. Avenida Imperatriz s/n,
quadra 10, lote 10 A, Parque Planalto.

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