247 - O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
que derrubou provisoriamente a presidente Dilma Rousseff por meio de um golpe
parlamentar, anunciou sua renúncia à presidência da Câmara em coletiva nesta
quinta-feira 7. "Resolvi ceder às pressões", declarou.
"É público e notório que a Casa
está acéfala. Somente a minha renúncia poderá por fim a essa instabilidade sem
prazo", disse o deputado afastado, que chorou ao falar de sua família, que
também é alvo na Lava Jato, enquanto lia seu depoimento aos jornalistas
posicionados no Salão Verde.
Sem citar propina e contas secretas
na Suíça, ele disse que paga um "preço alto por ter dado início ao
processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff", indicando
retaliação no processo de cassação que corre na Casa.
Cunha também denunciou, em referência
à Procuradoria Geral da República, "seletividade do órgão
acusador".
Líderes da Câmara estiveram reunidos
nesta manhã para decidir os próximos passos após a renúncia de Cunha, como a
data da eleição para a presidência da Câmara e o candidato. Os rumores sobre a
renúncia do deputado vinham crescendo nos últimos dias, mas pela primeira vez
ele chegou a admitir a aliados que faria o anúncio hoje.
O peemedebista queria um acordo, em
troca de sua renúncia, para antecipar a eleição à presidência da Câmara para o
início da próxima semana.
Advogados do deputado avaliam que sua
situação piorou com a apresentação do voto ontem do deputado Ronaldo Fonseca
(Pros-DF) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), em que acatou apenas um
dos 16 questionamentos de Cunha contra o processo de cassação no Conselho de
Ética.
Cunha é réu em dois inquéritos no
Supremo Tribunal Federal, acusado de receber propinas de diversas empresas. Com
sua renúncia, o presidente interino, Michel Temer, perde seu aliado, a quem
chamou de "incansável batalhador político e jurídico".

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