O Ministério Público do Maranhão
instaurou nesta terça-feira (21), Procedimento Investigatório Criminal para
apurar eventual crime e outras irregularidades ocorridas no Hospital Municipal
Maternidade Nossa Senhora da Assunção, em Cedral, durante o atendimento
prestado à jovem Lídia Souza Moreira Veloso, 23 anos, que morreu, no último dia
11 de agosto, algumas horas depois do nascimento do filho dela na sala de
cirurgia da unidade de saúde.
Para
a família de Lídia, a ausência de suporte médico adequado para realizar a
cirurgia e adotar as providências necessárias, bem como a demora no
encaminhamento para o Hospital de Cururupu, dotado de melhores condições
estruturais, contribuíram para a morte de Lídia Souza Moreira Veloso.
Titular
da Promotoria de Cedral, o promotor de Justiça Thiago de Oliveira Costa Pires
expediu ofício à Delegacia de Cedral e à Delegacia Regional de Pinheiro, para
requisitar a instauração de inquérito policial. Também encaminhou expedientes
para a Secretaria de Estado da Saúde, Regional de Saúde de Cururupu e Pinheiro
e Vigilância Sanitária Estadual, com o pedido de providências para que sejam
sanadas irregularidades identificadas no hospital em vistoria feita no último
dia 16.
Em
todos os ofícios expedidos foram anexadas cópias do relatório da vistoria e do
depoimento prestado pelo viúvo da vítima, o pescador Izaias Pereira Velozo.
De
acordo com o promotor de justiça, ainda como parte do Procedimento
Investigatório, foram enviados ofícios à Secretaria de Saúde de Cedral e à
direção do Hospital Maternidade Nossa Senhora da Assunção, a fim de que
apresentem, no prazo de cinco dias, o prontuário médico do atendimento prestado
a Lídia Souza Moreira Veloso no dia 11 de agosto, bem como as informações dos
profissionais que atenderam a paciente sobre os motivos que levaram ao óbito.
A
mesma solicitação foi encaminhada para o Hospital de Mirinzal. A paciente,
quando estava sendo levada para o Hospital Regional de Cururupu, em decorrência
do agravamento da situação pós-parto, piorou mais ainda no caminho. Então, os
técnicos de saúde que a acompanhavam na ambulância resolveram levá-la para o
Hospital de Mirinzal na tentativa de reanimá-la, o que acabou não sendo
possível.
O
fato causou grande comoção na cidade de Cedral e ganhou repercussão em diversos
veículos de comunicação do estado.
Após
ouvir o depoimento do viúvo, nesta terça-feira, a Promotoria de Justiça de
Cedral instaurou o Procedimento Investigatório Criminal.
OS FATOS
Conforme
o depoimento prestado ao Ministério Público por Izaias Pereira Velozo, marido
de Lídia, os fatos aconteceram nesta sequência:
–
No dia 11, por volta das 7h45 da manhã, a gestante deu entrada no Hospital
municipal Nossa Senhora da Assunção em Cedral para realizar o parto de seu
filho;
–
Às 12h20 a criança nasceu. Porém, a mãe continuou na sala de parto para
estancar uma suposta hemorragia;
–
Uma hora após o parto, aproximadamente às 13h40, a enfermeira deu os pontos
necessários e encaminhou a paciente para o leito;
–
Mesmo no leito, a paciente continuava sangrando, motivo pelo qual, por volta
das 15h, a paciente retornou para a sala do parto;
–
Após uma queda brusca na pressão, às 16h, o médico do hospital foi acionado. Ao
examinar a paciente, fez o encaminhamento imediato para o Hospital Regional de
Cururupu;
–
Entretanto, no trecho entre Cedral e Mirinzal, o técnico de saúde que
acompanhava a paciente na ambulância decidiu levá-la ao Hospital de Mirinzal,
na tentativa de reanimá-la, mas não obteve êxito. E a paciente veio a óbito.

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