Um dos documentos
apreendidos pela Polícia Federal na Odebrecht durante a 23ª fase da Operação
Lava Jato, batizada de Acarajé, é uma lista de possíveis repasses da
empreiteira a mais de 200 políticos, com nomes e valores recebidos; conforme
afirma o jornalista Fernando Rodrigues, que divulgou a lista, trata-se do mais
completo acervo do que pode ser a contabilidade paralela da empresa descoberta
e revelada ontem na investigação; presença de políticos na relação, como o
senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), atinge oposição e governo; não identificados, contudo, chamaram
a atenção dos investigadores, sobretudo pelo grande volume de recursos que
teriam recebido, como é o caso de "Mineirinho", apontado como
destinatário de R$ 15 milhões entre 7 de outubro e 23 de dezembro de 2014; as
entregas, segundo as planilhas, teriam sido feitas em Belo Horizonte
Do blog do Fernando Rodrigues.
Papéis foram apreendidos na “Acarajé” e liberados ontem (22.mar)
Planilhas listam nomes, valores
e apelidos de cada político
Material é de Benedicto
Barbosa, alto executivo do grupo
Informações de tabela são
incompatíveis com doações declaradas
Acesse todo o material apreendido
no fim deste post
Documentos
apreendidos pela Polícia Federal listam possíveis repasses da Odebrecht para
mais de 200 políticos de 18 partidos políticos. É o mais completo acervo do que
pode ser a contabilidade paralela descoberta e revelada ontem (22.mar.2016)
pela força-tarefa da Operação Lava Jato.
As
planilhas estavam com Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht
Infraestrutura, e conhecido no mundo empresarial como “BJ''. Foram apreendidas
na 23ª fase da operação Lava Jato, batizada de “Acarajé”, realizada no dia
22.fev.2016.
Como eram de uma operação de 1 mês atrás e só foram divulgados
públicos ontem (22.mar) pelo juiz federal Sérgio Moro, os documentos acabaram
não sendo mencionados no noticiário sobre a Lava Jato.
As planilhas são riquíssimas em detalhes –embora os nomes dos
políticos e os valores relacionados não devam ser automaticamente ser
considerados como prova de que houve dinheiro de caixa 2 da empreiteira para os
citados. São indícios que serão esclarecidos no curso das investigações da Lava
Jato.
Os
documentos relacionam nomes da oposição e do governo: são mencionados, por
exemplo, Aécio Neves (PSDB-MG), Romero Jucá (PMDB-RR), Humberto Costa (PT-PE) e Eduardo Campos (PSB), morto em 2014, entre vários
outros.
A maior
parte do material é formada por tabelas com menções a políticos e a partidos.
Várias dessas planilhas trazem nomes, cargos, partidos, valores
recebidos e até apelidos atribuídos aos políticos.
Algumas tabelas parecem fazer menção a doações de campanha
registradas no TSE. Há CNPJs e números de contas usadas pelos partidos em 2010,
por exemplo.
Parte significativa da contabilidade se refere à campanha
eleitoral de 2012, quando foram eleitos prefeitos e vereadores. As
informações declaradas no SPCE (Sistema de
Prestação de Contas Eleitorais, do TSE) desse ano não correspondem às dispostas
nas tabelas. Na planilha acima, por exemplo, as siglas OTP e FOZ aparecem
assinaladas ao lado de diversos candidatos, mas nem Odebrecht TransPort nem Odebrecht Ambiental (Foz do Brasil) realizaram doações
registradas naquela eleição.
Em 2012, a Construtora Norberto Odebrecht doou R$ 25.490.000
para partidos e comitês de campanha e apenas R$50 mil para uma candidatura em
particular –a de Luiz Marinho, candidato do PT à prefeitura de São Bernardo do
Campo (SP).
Em 2014, a soma de doações da construtora foi de
R$ 48.478.100, divididos entre candidaturas individuais e comitês dos partidos.
Em 2010, o total foi de R$ 5,9 milhões, apenas
para partidos e comitês de campanha.
APELIDOS
Eis alguns apelidos atribuídos aos políticos nos documentos da Odebrecht, vários com conteúdo derrogatório:
Jaques Wagner: Passivo
Eduardo Cunha: Carangueijo
Renan (Calheiros): Atleta
José Sarney: Escritor
Eduardo Paes: Nervosinho
Humberto Costa: Drácula
Lindbergh Farias: Lindinho
Manuela D’Ávila: Avião
Eis alguns apelidos atribuídos aos políticos nos documentos da Odebrecht, vários com conteúdo derrogatório:
Jaques Wagner: Passivo
Eduardo Cunha: Carangueijo
Renan (Calheiros): Atleta
José Sarney: Escritor
Eduardo Paes: Nervosinho
Humberto Costa: Drácula
Lindbergh Farias: Lindinho
Manuela D’Ávila: Avião
COPA E LEBLON
A papelada que serve de base para este post foi apreendida por 4 equipes da PF em 2 endereços ligados a Benedicto Barbosa Jr. no Rio de Janeiro nos bairros do Leblon e de Copacabana.
A papelada que serve de base para este post foi apreendida por 4 equipes da PF em 2 endereços ligados a Benedicto Barbosa Jr. no Rio de Janeiro nos bairros do Leblon e de Copacabana.
Além das tabelas, há dezenas de
bilhetes manuscritos, comprovantes bancários e textos impressos. Alguns dos
bilhetes fazem menção a obras públicas, como a Linha 3 do Metrô do Rio.
Um dos textos refere-se, de
forma cifrada, às regras internas de funcionamento do cartel de empreiteiras da
Lava Jato. O grupo é chamado de “Sport Club Unidos Venceremos”.
O juiz federal Sérgio Moro
liberou ontem (22.mar.2016) o acesso ao material apreendido com outros alvos da
Acarajé. São públicos os documentos apreendidos com Mônica Moura, mulher do
publicitário João Santana, e com o doleiro Zwi Skornicki, entre outros.
ÍNTEGRA DOS DOCUMENTOS
Clique aqui para saber em qual documento e página cada político é mencionado. Depois, escolha o arquivo correspondente na lista abaixo:
Clique aqui para saber em qual documento e página cada político é mencionado. Depois, escolha o arquivo correspondente na lista abaixo:
OUTRO LADO
A Odebrecht foi procurada pelo Blog. Nesta 4ª (23.mar.2016), a assessoria da empreiteira enviou esta nota: “A empresa e seus integrantes têm prestado todo o auxílio às autoridades nas investigações em curso, colaborando com os esclarecimentos necessários''.
A Odebrecht foi procurada pelo Blog. Nesta 4ª (23.mar.2016), a assessoria da empreiteira enviou esta nota: “A empresa e seus integrantes têm prestado todo o auxílio às autoridades nas investigações em curso, colaborando com os esclarecimentos necessários''.
Todos os políticos citados, já
procurados por causa de outras reportagens, negam ter recebido doações ilegais
em suas campanhas.




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