RIO - A Organização Mundial da Saúde
(OMS) informou que o vírus zika se propaga de 'forma explosiva' e que o nível
de preocupação é extremamente alto. A OMS alertou que a epidemia deve se
espalhar pelo continente americano, com exceção de Chile e Canadá. Durante
reunião do comitê executivo da OMS, realizado na manha desta quinta-feira, a
diretora-geral da organização, Margaret Chan, defendeu a troca de informações
sobre o surto da doença, que já atinge 23 países. Ela também disse que há
muitas incertezas sobre a doença.
“Queremos superar a lacuna científica
sobre o vírus zika. Compartilhar informação será crucial” — afirmou Chan.
Um reunião de emergência foi convocada
para a próxima segunda-feira em Genebra, na Suíça, para discutir a propagação
do vírus. O alerta do OMS foi publicado nos principais jornais do mundo nesta
quinta-feira.
Margaret Chan lembrou ainda que eventos
climáticos alimentados pelo El Niño, que levam chuva e calor a áreas mais
extensas, devem contribuir ainda mais para a o avanço da doença. Ela ressaltou
que os maiores especialistas do mundo estão trabalhando juntos para confirmar a
possível ligação do vírus com os casos de microcefalia.
“O nível de alarme é extremamente
elevado. Chegada do vírus em alguns casos, tem sido associada com um aumento
acentuado no nascimento de bebês com anomalias craniana”, afirmou a
diretora-geral da OMS.
A propagação da zika fez com que
governos de todo o mundo aconselhassem mulheres grávidas a procurarem regiões
que ainda não tenham sido infestadas pelo vírus.
NO BRASIL, ORGANIZAÇÃO ESTIMA 1,5
MILHÃO DE CASOS DE ZIKA
De acordo com a Organização Mundial de
Saúde, o vírus zika pode infectar de 3 milhões a 4 milhões de pessoas nas
Américas, incluindo 1,5 milhão no Brasil. No encontro em Genebra, o Diretor do
Departamento de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Cláudio
Maierovitch, apresentou por telefone dados sobre os casos de microcefalia no
país e ressaltou que o ministério trabalha apoiando institutos de pesquisa para
desenvolver uma vacina.
O diretor de doenças transmissíveis da
Organização Pan-Americana de Saúde e representante da OMS nas Américas, Marco
Espinal, disse que um estudo que ainda será publicado sugere uma correlação
entre o zika e a microcefalia em recém-nascidos no Brasil.
“Não sabemos ainda se o vírus cruza a
placenta e gera ou causa microcefalia. Achamos que tem algum papel. Não há
dúvida sobre isso”, disse Espinal.

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