Com o Brasil vivendo as
consequências severas na economia de um golpe parlamentar, o Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) alertou nesta segunda-feira, 12,
para um possível retrocesso nas ações de combate à pobreza no Brasil;
"Tivemos redução [da pobreza], nos últimos anos, mas, com a crise de hoje,
há o risco de a população voltar aos níveis de pobreza anteriores",
disse a representante do Pnud no país, Maristela Baioni; Didier Trebucq,
diretor do Pnud, defende que o Brasil aumente os esforços para o
desenvolvimento humano, já que mais de 224 milhões de latinos correm o risco de
voltar à pobreza; "Precisamos de medidas que permitam reforçar a inclusão
produtiva"
Fernanda Cruz, da Agência
Brasil - O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud)
está atento a um possível retrocesso nas ações de combate à pobreza no Brasil
diante da atual crise econômica, afirmou a representante do programa no país,
Maristela Baioni.
"Tivemos redução [da pobreza], nos últimos anos, mas, com a
crise de hoje, há o risco de a população voltar aos níveis de pobreza
anteriores", disse Maristela que participou hoje (12) do seminário
Diálogos sobre Prosperidade: Parcerias para o Desenvolvimento Sustentável,
realizado na BM&F Bovespa, na capital paulista.
Segundo o Radar IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal), estudo do Pnud divulgado no mês passado, a proporção de pessoas com
renda domiciliar per capita inferior a R$ 255, entre 2011 e 2014, diminuiu 9,3%
por ano. No período de 2000 a 2010, o decréscimo anual foi de 3,9%.
A redução da pobreza e temas como desigualdade social,
corrupção, violência crescente, degradação do meio ambiente e déficit de
infraestrutura integram a Agenda 2030 e os 17 Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável. Essas metas foram adotadas por 193 países-membros das Nações
Unidas, incluindo o Brasil, a partir da Rio+20, em 2012.
Didier Trebucq, diretor do Pnud, defende que o Brasil aumente os
esforços para a promoção do desenvolvimento humano, já que mais de 224 milhões
de latinos correm o risco de voltar à pobreza, ou seja, 35% da população
latina. "Precisamos de medidas que permitam reforçar a inclusão
produtiva", disse.
Segundo ele, atrair novos modelos de negócios e estratégias
ajudam no desenvolvimento econômico. Por isso, o programa fez um acordo de
cooperação técnica com 2 mil micro e pequenas empresas, como forma de
impulsionar o setor e a economia do país.
Já a coordenadora da Secretaria do Programa de Parcerias e
Investimento da Presidência da República, Vanialucia Lins, disse que o governo
quer impulsionar as concessões e parcerias público-privadas, capacitando
servidores e levando mais informação à população.
"Os desafios são grandes, porque tem várias resistências
ideológicas. Felizmente, a sociedade discute, agora, gastos, como a reforma da
Previdência. Isso é importante porque os gastos não são ilimitados",
disse.