A
mineradora Vale registrou lucro líquido de 5,144 bilhões de reais no segundo
trimestre de 2015, após três trimestres consecutivos de perdas, com a ajuda de
maiores preços realizados na venda de minério de ferro e reduções em custos e despesas,
informou a empresa nesta quinta-feira.
O resultado foi 61 por cento superior ao registrado no mesmo
trimestre de 2014. Nos primeiros três meses deste ano, houve prejuízo líquido
de 9,538 bilhões.
Em dólares, o lucro líquido foi de 1,675 bilhão no último
trimestre, ante estimativa média do mercado de 408 milhões de dólares, segundo
pesquisa da Reuters.
O Ebitda ajustado da companhia, importante indicador da geração
de caixa, somou 6,817 bilhões de reais no segundo trimestre, ante 9,136 bilhões
no mesmo período de 2014.
Em relatório enviado a clientes, o Citi destacou que o Ebitda da
companhia foi 12 por cento acima da expectativa do banco.
"O desempenho superior veio de minério de ferro, onde os
preços realizados melhoraram fortemente", afirmou o Citi no relatório
assinado pelos analistas Alexander Hacking e Thiago Ojea. "A administração
está cumprindo suas promessas."
Os resultados em minerais ferrosos --majoritariamente minério de
ferro-- teve impacto positivo de 634
milhões de reais dos menores custos, 563 milhões de reais dos
melhores preços realizados e ganhos de 431 milhões dos maiores volumes
comercializados.
Na divisão de minerais ferrosos, a mais importante da companhia,
o Ebitda ajustado foi de 5,583 bilhões no segundo trimestre, aumento de 2,663
bilhões ante o trimestre imediatamente anterior.
ESTRATÉGIA
Os números divulgados nesta quinta mostram que a maior produtora
global de minério de ferro permanece firme da estratégia de brigar por
participação de mercado, em um cenário de preços baixos da commodity.
Em vídeo publicado na internet, o diretor-executivo de Finanças
e Relações com Investidores, Luciano Siani, comemorou o resultado e prometeu
melhorias para os próximos resultados.
"A Vale então vem se tornando cada vez mais competitiva, e
essa será a tônica dos trimestres seguintes, resultados crescentes, margens
crescentes, apesar do cenário desafiador de preços", disse o executivo.
A Vale destacou que o preço dos finos de minério de ferro foram
de 50,6 dólares por tonelada no segundo trimestre, ante 46 dólares no primeiro
trimestre, em contraste com uma queda nos preços médios verificados no mercado.
Ainda assim, a Vale sente os efeitos da queda acentuada do
mercado global de minério de ferro no último ano, em meio a uma crescente
oferta e desaceleração na demanda chinesa.
O preço médio realizado pela companhia um ano atrás era de 84,6
dólares por tonelada.
Os custos do minério entregue na China, ajustados pela qualidade
e umidade, diminuíram para 39,1 dólares por tonelada no segundo trimestre,
contra 43,4 dólares no primeiro trimestre, destacou a companhia.
Como exemplo, a Vale citou que o preço do frete em dólares foi
reduzido em 2,3 por cento, devido à renegociação de
contratos de afretamento.