Em meio a uma onda de ataques
com explosivos de caixas eletrônicos em vários estados, o governo federal deve
encaminhar ao Congresso Nacional, na próxima semana, um projeto de lei que
aumenta a pena para a prática do furto qualificado com uso de explosivo. A
iniciativa tem apoio dos secretários estaduais de Segurança.
Pela
proposta, que foi discutida hoje (26), em Brasília, em reunião do ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo, com os secretários de Segurança, a pena para o
crime de furto qualificado com uso de explosivo, que atualmente varia de três a
seis anos, seria equiparada à sanção aplicada ao roubo qualificado, com pena de
seis a 12 anos de reclusão.
“Se
houver acordo, o governo federal encaminhará o projeto ao Congresso, no início
da semana que vem, com o compromisso do deputado Eduardo Cunha [presidente da
Câmara] de incluí-lo na pauta [de votação] na próxima semana. Há uma
possibilidade de consenso, porque já avançamos muito, discutimos os textos com
os secretários anteriores. Há novos secretários, governos e temos que
consultá-los”, disse Cardozo.
O
secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, informou
que, só em janeiro deste ano, foram registrados 28 ataques a caixas eletrônicos
no estado, média de quase um atentado por dia. No mesmo mês do ano passado,
foram registradas 14 explosões.
“Queremos
uma nova qualificação do crime de furto que estabeleça pena de cinco a 12 anos
de reclusão, a mesma para roubo qualificado, já que houve essa migração do
roubo para o furto com explosivo”, disse Moraes.
“Hoje,
geralmente, o juiz fixa a pena mínima, o criminoso começa no regime aberto e
não fica nem preso. Tivemos um caso em São Paulo, em janeiro, em que a polícia
prendeu três indivíduos, que foram colocados em liberdade, porque eram
primários. Dez dias depois, prendemos os mesmos infratores explodindo
outro [caixa eletrônico]”, relatou o secretário paulistano.
Além do
endurecimento das penas, os secretários avaliam que os bancos devem estender a
todos os caixas eletrônicos de fácil acesso, principalmente aqueles instalados
nas ruas, medidas de segurança, como o georreferênciamento e a instalação de
dispositivo que mancha as notas de tinta e libera fumaça em caso de
ataque.
Na
reunião de hoje, o ministro da Justiça e os secretários decidiram criar um
grupo de trabalho, com a participação do Ministério da Defesa, para discutir a
atualização do decreto presidencial que regulamenta a fabricação e
comercialização de material explosivo no país. Uma das propostas apresentadas
pelos representantes dos estados é a proibição da fabricação das chamadas bananas
de dinamite.
A ideia, é que o artefato seja substituído gradualmente por um mecanismo eletrônico para provocar explosões. “Há necessidade de uma fiscalização mais rígida, desde a produção, passando pelo transporte, até o armazenamento. Porque hoje, a fiscalização deixa muito a desejar”, disse o secretário de Segurança de São Paulo.
A ideia, é que o artefato seja substituído gradualmente por um mecanismo eletrônico para provocar explosões. “Há necessidade de uma fiscalização mais rígida, desde a produção, passando pelo transporte, até o armazenamento. Porque hoje, a fiscalização deixa muito a desejar”, disse o secretário de Segurança de São Paulo.

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